Capítulo 11

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Nanami


Nanami acordou sozinho no dia seguinte com o choro ininterrupto do bebê. Tinha dormido na poltrona do quarto da criança, que por sorte era confortável.

Ficou esperando que Kensuke se juntaria a ele no dia anterior para escolherem o nome ideal da criança, mas como isso não aconteceu e as coisas se tornaram tão piores que não sabia o que pensar, decidiu que seu filho se chamaria Momoe.

Para os gatos, o nome Momoe significava coração de pêssego. Era um coração cujos sentimentos eram frágeis e puros, como a consistência macia da fruta.

Nanami pegou seu filhote nos braços. Ele fazia beicinho, com o rosto vermelho e choramingando.

— Está com fome, amorzinho? — Sentou-se na poltrona e puxou a aba do kimono para revelar a pele nua. Como havia aprendido, os filhotes não precisavam amamentar sempre desde o nascimento, principalmente os nascidos de ninshins, porque como eram homens, não tinham muito leite disponível, por isso os bebês também podiam comer caldos, frutas amassadas e sucos.

Momoe tateou cegamente seu peito e Nanami o ajeitou até que ele pudesse grudar seus lábios em seu mamilo inchado e sugar com força. Embora aquele fosse o seu segundo dia de vida, ele tinha uma força admirável. Nanami sorriu, pensando que aquele era o único detalhe feliz de sua vida no momento.

Estava amargurado depois de descobrir que o homem que esteve ao seu lado nos últimos meses não era Kensuke. Fechou os olhos com força, desacreditando naquela possibilidade. Não, o Kensuke verdadeiro surgiu e lembrava de tudo o que já tinha acontecido com eles. Ele tinha provado ser o verdadeiro, então por que ainda tinha a sensação de que alguma coisa estava muito errada com ele?

Nanami acariciou sutilmente os cabelinhos loiros do bebê, que ergueu seus olhos enormes para ele, ainda sugando tudo o que podia tomar. Ele era a coisa mais graciosa de todo o mundo. Nunca tinha visto um bebê tão fofo e ainda lhe custava acreditar que aquele pequeno ser tinha sido feito por ele e dentro dele.

Alguém bateu à porta e Nanami se encolheu com medo de quem fosse, mas a voz de seu pai o tranquilizou.

— Nana-chan? — Naoki entrou e fechou a porta, se aproximando. — Eu soube da situação. Sinto muito pelo que aconteceu. — Ele suspirou alto com as mãos na cintura. — Desculpe se não apareci antes, Misaki não anda muito bem, parece que o bebê vai nascer muito em breve, então estou de olho caso precise de mim.

— Eu sei, cuide bem dele. Estou ansioso para o meu irmãozinho nascer. Ele e Momoe serão ótimos amigos.

Naoki o olhou por um momento antes de dizer:

— Esse é o nome que escolheu? Momoe?

— Sim.

— É um belo nome. Ele gostará se crescer como um ninshin. — Ele sorriu com todos os dentes e Nanami jogou uma almofada nele. — Ele parece faminto.

— Sim, dormiu a noite inteira, sem pausas para se alimentar, por isso deve estar com muita fome. — E ao dizer isso, o bebê engasgou e Nanami precisou limpá-lo antes que voltasse a mamar com afinco.

— E como você está, querido? — Naoki puxou uma cadeira para perto e sentou na frente de Nanami.

— ... — Engoliu em seco, não querendo demonstrar tanta fraqueza. Seu pai já tinha muitas preocupações e responsabilidades, não tinha que reunir mais um problema. — Estou bem.

— Não, não está. Eu sei que não, porque quando está bem, sorri o tempo inteiro e seus olhos brilham... mas parece que agora quer chorar. Eu te entendo, Nanami, todos no vilarejo estão sabendo sobre o impostor, então está difícil sair lá fora e ouvir as coisas horríveis que estão dizendo. Além do mais, conversei com o Alfa há pouco e não gostei da forma que está agindo, não parece ele. É estranho que esse homem arrogante seja o genro que conheci.

Akai Ito 3 - Fio Vermelho (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora