Capítulo 20

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Penúltimo capítulo


Kohana


Não queria admitir, mas estava mais preocupado do que o normal com o que fariam naquela noite. Tinha prometido a Rhys que iriam até o fim, embora já estava se arrependendo de tal promessa.

Era claro que não podia mais adiar... ele sempre provocou muito seu companheiro, mesmo durante o namoro e vice-e-versa. O desejo sempre era muito presente no relacionamento deles, mas nunca tinha passado de beijos afoitos e tocarem um ao outro até que chegassem ao orgasmo.

Não sabia o que tanto o bloqueava a dar o próximo passo. Confiava plenamente em seu companheiro, então não era medo de perdê-lo... Rhys sempre dizia que amava suas cicatrizes, por isso não sabia se temia ele não gostar de seu corpo...

Kohana tropeçou e caiu no meio da loja de repente, levando um manequim de madeira para baixo sobre sua cabeça. Kimonos e outras peças de roupa caíram espalhados por todo o chão.

— Oh, pelo santo deus dos gatos! — Misaki exclamou ao ver o seu fracasso e correu para ajudá-lo a se levantar.

— Pai, o que aconteceu? — Ouviu Nanami gritar dos fundos.

— Kohana caiu! — Misaki segurou seu braço e o ajudou a se levantar. — Onde está com a cabeça, querido?

— Eu não sei... — Ele massageou o nariz e descobriu haver sangue nele. Suas mãos tremiam, isso sempre acontecia quando via seu próprio sangue. — Misaki rapidamente encontrou um lenço e enxugou sua mão, então seu nariz. — Levante-se, venha.

Kohana o acompanhou e ouviu Misaki dar ordens a Nanami para substituí-lo.

— Seu nariz não para de sangrar, use isso. — Ele lhe entregou outro lenço e Kohana o segurou contra o nariz. — Você está bem? O que houve?

— Não é nada... desculpe.

— Não acredito nisso. Você nunca comete erros, Kohana. Além do mais a loja não é grande o suficiente para alguém levar um tombo como aquele. — Misaki segurou o sorriso, Kohana tinha certeza que foi engraçado. Menos o seu nariz sangrando. — Enfim, não sei o que tem te preocupado, mas coisa boa não deve ser. Quer tirar a tarde de folga?

— Hã?

— Pensa que não notei? Estava avoado desde que chegou esta manhã para trabalhar. Se não está se sentindo bem, posso assumir por hoje, não tem problema. O bebê está na creche, então não tem com o que se preocupar.

— Certeza?

Misaki assentiu. Nanami estava rodeando, curioso, mas nada comentou.

Com o rabo entre as pernas, Kohana deixou o trabalho naquele início de tarde e olhou para o outro lado da rua. Daquele ângulo não foi capaz de ver Rhys. Menos mal, vê-lo poderia deixá-lo ainda mais nervoso.

Pensou em procurar San para pedir ajuda a ele como da outra vez, mas desistiu rapidamente. Era ridículo pedir conselhos sobre esse tipo de coisas ao ex de seu companheiro. Além do mais, precisava enfrentar as coisas sozinho, não é como se ele não soubesse o que fazer.

Aproveitando a tarde livre, Kohana voltou para casa. Limpou a cozinha, organizou tudo o que estava fora do lugar, então preparou uma tina cheia com água quente. Tinha um pacote de pétalas de rosas ressecadas que tinha conseguido na feirinha, o vendedor lhe disse que era ótima para acalmar. Colocou todo o conteúdo na banheira e tirou suas roupas, entrando e relaxando os músculos com o calor da água.

Akai Ito 3 - Fio Vermelho (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora