Prólogo/Capítulo 1

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Prólogo

Eva

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A frase; "o amor é cego" nunca significou que deixamos de enxergar algo naquela pessoa, mas sim que o restante do mundo se torna de certo modo invisível depois que conhecemos alguém importante o suficiente para fazer isso. E eu conheci. Quando pensamos na palavra "casal" a ligamos diretamente à união de dois corpos. O entrosamento de duas pessoas. Dois singulares se transformando em um par. O príncipe e a princesa... O que de fato é aceitável, o único problema é que há muito mais adjacentes nessa palavra, como por exemplo; o término. Ninguém nunca fala sobre como duas pessoas que se amam, que são extremamente compatíveis e viciadas uma na outra podem acabar não ficando juntas. Ninguém nunca fala como é terrível ver alguém que você compartilhou absolutamente tudo por um período de tempo; ir embora. Ninguém fala como você deve lidar com isso. Crescemos com todos os tipos de propagandas panfletando relacionamentos duradouros e perfeitos, relacionamentos que aprendi da pior forma possível que são meras faixadas, porquê na vida real, nem sempre o amor é o suficiente... Nem sempre amar alguém supera todas as complicações, todos os muros e todos os bichos de 7 cabeças. Entretanto é lindo, apesar de hoje em dia meu coração estar em fagulhas com um amor passado; ainda afirmo com todas as minhas forças que amar é lindo. Viver o amor é surreal, a única parte obscura do amor está nos olhos de quem o vê. Afinal, ainda existem pessoas que classificam "estar apaixonado" como uma imensa perda de tempo... Assim como também ainda existem pessoas que veem o amor apenas como algo extremamente doce e delicado, tal como a pétala de uma flor, mas e se o amor for mais que isso? E se o amor for tão forte e intenso que pode superar a distância de dois corpos? E se o amor além de uma flor, for um cacto cheio de espinhos? E se nas cláusulas minúsculas, o amor também conter tapas e mãos por volta do seu pescoço? E se o amor superasse o frágil e casual? Isso tudo é tão confuso, quanto é interessante. E gosto de pensar que o amor que eu e Thomas tínhamos era como uma receita agridoce... Conseguíamos sempre deixar a mesma medida perfeita de açúcar e sal, e acho que foi isso que me fez me entregar por total a ele desde o início de tudo. Thomas me entendia, me completava e começar a lembrar novamente que todo nosso mundo está aos poucos desaparecendo; me faz pensar em se algum momento seremos nós novamente, se em algum momento conseguiremos reconstruir tudo que está sendo perdido em meio as minhas memórias.

Já fazem exatos 1 ano e 8 meses desde que eu e Thomas Müller terminamos nosso relacionamento, que todos achavam perfeito, inclusive eu. 1 ano e 8 meses. É bastante tempo cronologicamente falando, porém sempre me perguntei se o tempo é mesmo válido para cada um dos nossos sentimentos? A resposta? Percebi da pior forma possível que quando você ama alguém; o tempo funciona de uma forma diferente e parece não correr, como se de alguma forma ficássemos presos apenas naqueles instantes vividos um ao lado do outro dia após dia. Em um tipo de tortura prazerosa, um agridoce mais puxado para o picante. Ainda amo Thomas com todas as minhas forças e sei que ele também me ama... Afinal, juntos descobrimos muita coisa um do outro e sobre nós mesmos. Quando encerramos nosso relacionamento não foi nada muito conturbado, na verdade diria que foi apenas um ponto cedo demais. Um ponto final no meio de uma frase incompleta, uma frase que não vivemos por inteira e quando paro para pensar nisso, sempre me pergunto como Thomas deve se sentir sabendo que poderíamos estar escrevendo mais e mais linhas da nossa história, ao invés de deixá-la guardada em uma gaveta. Nunca brigávamos, sabíamos conversar sobre tudo e uma das coisas que sempre amei em Thomas é sua habilidade de sempre manter a cabeça no lugar, nunca explodir por coisas fúteis, ou discutir a cada segundo em que passávamos juntos como já vi milhares de casais fazerem. Lembro que tínhamos um acordo; aproveitar cada instante que conseguíamos nas nossas agendas lotadas com amassos e saídas, deixando pra outra ocasião qualquer desentendimento que pudesse surgir, porquê estar um com o outro era mil vezes mais interessante que uma briga.

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