Capítulo 12

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                                Capítulo 12

                                       Eva

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       Primeiro sinto o gosto azedo na minha boca como se no intervalo entre o fechar e abrir meus olhos; meu corpo inteiro tivesse comido várias colheres de agrião, uma seguida da outra. Em seguida meu estômago começa a fazer barulhos que nunca fizeram antes, barulhos esses que despertam uma parte do meu corpo em uma rapidez surpreendente. E como se fosse algo automático; meu cérebro faz com que eu me projete o mínimo possível para fora da cama, enquanto meu estômago decide colocar um semi líquido terrivelmente fedido para fora. Encaro a pequena poça no carpete e faço uma careta para ela. Deixo de me inclinar sobre o colchão e me sento, percebendo pela primeira vez desde que fui "obrigada" a acordar, que não estou no meu quarto. Ok, ok, nada de pânico. Tento ignorar os batimentos irregulares que meu coração adota e o breve, porém presente suor na palma das minhas mãos, enquanto passeio olhar ao arredor do quarto onde estou. Apesar de realmente me esforçar para isso; minha tentativa de ficar calma vai desaparecendo mais e mais no instante em que meus olhos encontram com uma parede com alguns troféus de campeonatos, todos ligados ao futebol americano e aos... Uepplen's Hares. Deixo o transe que havia entrado e as milhares de perguntas que começam a surgir, quando percebo que acabei de vomitar no chão de algum lebre e provavelmente o cara — seja quem for — vai ficar extremamente bravo com isso. Em movimentos rápidos — ou quase isso — abandono a cama e levo alguns instantes a mais para conseguir me ajoelhar na frente da mancha produzida por mim mesma, impedindo meu rosto de encontrar sem querer com ela. Sem ter muita opção, puxo a barra do meu vestido e até tento limpar dessa maneira, mas esse é um meio totalmente falho, principalmente porque por ser um tecido que não estica; minha peça de roupa mal alcança o vômito no carpete, o que me leva a pensar em uma outra alternativa. Lentamente, como se todos os meus órgãos pesassem 50kg, peço mentalmente para que ninguém apareça e retiro meu vestido, que parece ter se transformado em uma segunda pele. Pressiono meus lábios com força, cobrindo o vômito completamente agora e até tento limpa-lo, mas no fim acabo só piorando as coisas, já que a mancha consegue triplicar de tamanho ao invés de se deixar ser sugada pelo meu vestido. Sussurro um; "Merda", logo em seguida fecho os olhos pedindo perdão pelo palavriado e junto uma ajudinha. Como se estivessem realizando os meus desejos; no mesmo segundo escuto a porta do quarto se abrir e isso faz com que eu olhe na direção da figura completa e inteiramente suada sorrindo um sorriso que não importa em qual ângulo o presencie, em todos a descarga em alta voltagem que é descarregada diretamente no meu coração; é surpreendentemente boa. Deixo de sonhar acordada e admira-lo só quando seu rosto se vira para a entrada do seu quarto e seus olhos descem até encontrarem comigo ajoelhada, semi nua, fedida e com o cabelo bagunçado. Claro que esse quarto supreendentemente organizado seria de Thomas Müller. Ainda sustentando seu olhar, devagarzinho sinto meu corpo prender a respiração, como se fazer isso fosse algum tipo de instinto de sobrevivência. Só que um pouquinho diferente dos animais, algo me diz fortemente que não estou prendendo a respiração porque não quero que os olhos do outro lado do quarto me veja... Na verdade, é como se eu estivesse prendendo o ar para ter certeza que em algum momento não ficarei sem. Ou talvez essa minha reação esteja ligada a rapidez qual seus olhos deixaram de lado a alegria simples que estavam esbanjando antes dele me ver, adotando um semblante totalmente diferente, talvez seja porque posso jurar que seu maxilar tensionou... Honestamente? Não sei. Porque se eu for mesmo sincera; tudo que se passa na minha cabeça nesse instante é o quão incrível ele fica no uniforme dos Uepplen's Hares. Não que eu nunca tinha o visto nesse uniforme antes, apenas, caramba os músculos das suas coxas e braços são maiores do que me lembrava. Desculpe o xingamento, de novo.

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