(10) now we got a problem

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Levantei mais tarde do que deveria naquele dia, escutando o barulho do liquidificador na cozinha. Tomei um banho rápido, lavando meu corpo, e  coloquei meu uniforme o mais rápido que pude. Desci as escadas com quase todos meus irmãos por ali, Kai estava comendo cereal enquanto assistia algo em seu celular, as crianças comiam cereal também e Chen estava guardando as compras, Minho fazia alguma coisa no liquidificador.

Olhei surpresa para as compras acima do balcão, eram muitas sacolas para um dia normal como hoje.

— Nossa, quem acertou na loteria? — Eu brinquei com eles.

Todos me olharam, e eu parei, observando meu corpo pra ver se tinha algo de estranho além da saia cinza e a camiseta branca.

— O que foi? — Eu perguntei.

— Não foi você? — Minho apontou para o canto da cozinha, onde estava uma máquina de lavar novinha em folha. E enorme.

— Não...

— Essas compras e a máquina de lavar chegaram hoje de manhã, no primeiro horário. — Chen comentou, voltando a guardar. — Achamos que tinha sido você.

Eu encarei as compras e a máquina de lavar, é claro que não teria sido eu, não tenho trabalho como eles, o máximo que faço é vender drogas, mas só faço isso quando preciso muito de dinheiro, e escondida de Minho é claro.

Eu caminho até o balcão pegando um pouco de cereal e leite, obviamente quem fez isso tem nome e sobrenome, e eles são Minatozaki Sana. Eu servi em silêncio e sentei na cadeira da bancada. Esperando Minho falar alguma coisa, e ele não demorou muito a falar.

— Foi aquela garota do outro dia? — Me olhou de canto de olho, eu levei uma colherada até a boca. — Que se veste igual a Barbie.

Eu quase sorri.

— Acho que sim.

Ele suspirou ainda me observando. Eu sabia que ele tinha medo que eu me envolvesse com as pessoas de lá, e eu sabia que ele não iria gostar nada disso.

— Tome cuidado Tzuyu. Quando ela for pra faculdade ela vai te esquecer. — Ele me disse, colocando o líquido da panqueca na frigideira. — Pessoas como ela não são pro nosso bico, e eu digo isso para o seu bem, e a família dela deve pensar o mesmo se souber de você.

Chen intercalou o olhar entre ele e eu, servindo mais cereal no meu potinho.

— Agradeça a máquina, mas diga a ela que não dê mais presentes Tzuyu. — Ele me disse, olhando nos meus olhos. — E tome cuidado também, Minho pode ser duro com suas palavras, mas daqui a poucos meses vocês vão pra faculdade.

Eu assenti. Não era como se eu não soubesse disso, uma parte de mim também tinha o pé atrás, achando que Sana só estava usufruindo o que tinha comigo para poder se divertir e descobrir sobre sua sexualidade. Outra parte, achava que ela não queria só isso, queria muito mais que pudéssemos ter.

— Que idiotice, o que vai acontecer se Tzuyu aceitar os presentes de uma rica? Não deve fazer diferença alguma na conta bancária dela. — Kai murmura pra todos ouvirem.

— Não precisamos de caridade. — Minho respond.

— Não? — Kai pergunta, mais uma vez Minho fica calado.

Eu comi rápido e peguei minha moto, dirigindo até a escola com toda pressa que eu pudesse ter no longo caminho até a escola, estava quase atrasada. Estacionei minha moto sem muita dificuldade, a maioria dos adolescentes já estava estacionado e conversando entre si pelo pátio da escola. Eu entrei caminhando até minha sala de aula.

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