CAPÍTULO 3

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Nanda

Já fazem cinco dias que estou aqui, e estou gostando bastante da companhia da tia e da Aline.

Todo dia falo com o Lucas, mas ainda não falei com meus pais. E não pretendo procurá-los tão cedo. A Lívia também achou que ter vindo pra cá vai me fazer bem e me liga todo dia.

Hoje é sexta e acordamos cedo. A Aline e eu iremos no baile que vai ter essa noite e eu estou bastante animada. Minha tia vai passar o final de semana fora. Ela é babá, e já que os patrões irão viajar, ela vai junto pra cuidar da criança.

Ontem eu tive coragem de perguntar pra Aline como que a tia tem tantos móveis caros sendo que ela ganha tão pouco no emprego de babá. Essa minha curiosidade aumentou quando vi o celular caríssimos das duas e a XRE do ano novinha que o Thiago tem. Ela me falou que o Thiago faz parte do UCV e comanda uma área bem importante de lá, por isso recebe tão bem e compra tudo que pode pra tia e pra ela.

Não perguntei mais sobre o que ele fazia nem sobre o UCV pra não parecer intrometida. Notei que ela não ficou muito a vontade quando estava respondendo.

Aline: Acabei o seu, ficou lindo Nanda -falou enquanto me passava a chapinha -Faz no meu agora.

Estávamos arrumando o cabelo para o baile. Aline faz o cabelo de várias pessoas aqui do morro, ela disse que como ainda não tem um salão faz em casa, mas que em breve vai começar a montar um salão próprio pra ela.

Senti um cheiro diferente e arregalei os olhos quando vi a Aline usar um esqueiro pra acender o baseado na mão dela.

Aline: O que foi? -falou soltando a fumaça com bastante tranquilidade -Ta afim?

Nanda: Nada, só não sabia que você fumava.

Não é sempre que vou ter a oportunidade de experimentar coisas novas, então decidir fumar um. Passamos o resto da tarde se arrumando e ficamos bem chapadas, coisa que eu gostei muito.

Na hora de ir pro baile eu já estava com o cabelo e a maquiagem pronta, então só fiz vestir um vestido preto com um pequeno decote que valoriza todas as minhas curvas e um tênis da mesma cor.

(...)

Assim que botei o pé no estabelecimento onde estava acontecendo o baile, notei vários olhares sobre mim. Talvez seja pelo fato de que ninguém aqui me conhece.

Mas o que me chamou a atenção foi a quantidade de homens que estavam segurando armas e o fato de ninguém parecer se importar.

Nanda: Aline, pelo amor de Deus -peguei na mão dela com força -Porque todo mundo ta armado aqui dentro?

Aline: Fica de boa Nanda, eles são da UCV e isso é bem normal aqui dentro. -enquanto ela falava, vi o Thiago se aproximar e ele também carregava uma pistola -Ta vendo, até o Mago tem uma, relaxa.

Fomos seguindo o Thiago até uma escada que nos levou até o camarote, lá tinha em torno de umas 20 pessoas.

Todos os olhares foram colocados em mim, mas o meu foi em direção a um homem alto, moreno e forte. Ele estava sem camisa, deixando de fora as várias tatuagens que possuia em seu corpo.

Nossos olhares se cruzaram por alguns segundos quando o dele foi desviado para o meu decote.

Mago: iae rapaziada, essa é minha prima Nanda -ele pegou na minha mão e me levou pra mais perto do pessoal -Vai passar um tempo aqui no morro lá na casa de mãe.

xxx: Porra mago, que prima do caralho -Um dos caras falou enquanto me olhava. Mas não dei tanta atenção, pois meus olhos ainda estavam no moreno.

Aline: Tirem o olho da minha prima seus arrombados -ela me puxou pra perto da garota que também estava lá -Nanda, essa é a Ariana.

A Ariana é linda, tem o cabelo liso enorme e também é cheia de tatuagens igual a Aline. Simpatizei bem rápido com ela, e até já chamo de Ari, que é o apelido dela.

Ficamos conversando e bebendo. Ari mora aqui no Vidigal desde que nasceu, e cresceu junto da Aline. Elas são super amigas e me contaram até que ela tem um rolo com o Thiago.

Ari: Vamo dançar manas, essa música é boa demais.

"Toma, toma, toma, toma
Toma, toma, toma, toma tréu
De quatro safada, de quatro safada
De quatro safada, toma tréu
Toma tréu, toma tréu, toma tréu, toma tréu
Bota, bota, bota, bota, bota
Toma, toma, toma tréu"

Eu não sou muito boa dançando funk, mas já tinha bebido algumas e isso me encorajou. E percebi que o moreno continuava a me olhar.

O Dono e a Dama do VidigalOnde histórias criam vida. Descubra agora