CAPÍTULO 18

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Nanda

Cheguei na boca e o Bizu estava me esperando. Ele me recebeu com um beijo, mas me afastei.

Nanda: Acho que amanhã vou voltar pra Barra, e talvez depois disso a gente nunca mais se veja outra vez.

Bizu: Caralho Dama, essa parada é séria? -Ele falou enquanto sentava na cadeira.

Nanda: Isso ia acontecer alguma hora Bizu, e foi melhor mesmo ter sigo agora. -falei sentada na mesa ao meu lado -Eu não deveria ter me aproximado de tu sabendo que iria embora. E meus pais nunca iriam aceitar esse nosso lance.

Ele estava sentado sem me olhar, e eu também não queria olhar pra ele. Eu estava sendo mais uma que o abandonou.

Bizu: Tu ta certa mesmo. -Ele quebrou o silêncio -Vai lá, e espero que tu se resolva com os coroas.

Fiquei muito confusa, não esperava que ele reagiria com tanta frieza assim. Ele levantou da cadeira, abriu a porta e foi embora sem nem olhar pra trás.

Continuei lá sentada até o LP entrar. Ele perguntou o pq do Bizu ter saído com aquela cara de lá, daí contei pra ele o que tinha acontecido

LP: Porra Paty, isso é foda. Vocês dois estavam se dando mó bem e fazia tempo que eu não via meu mano assim. -Ele falou colocando a arma na mesa e sentando ao meu lado -Mas ele falou daquele jeito porque se tivesse a oportunidade de escolher voltar pros pais, Bizu iria na hora.

Eu não tinha pensado por esse lado. Ele estava abalado,mas não queria que eu ficasse aqui ao invés de ficar perto dos meus pais.

(...)

Fui pra casa pra poder arrumar minhas coisas. Aline se ofereceu pra ajudar e aceitei.

Aline: Vou sentir tanta falta sua prima. -falou me abraçando -Promete que não vai esquecer de mim né?

Nanda: Também vou sentir, e claro que não vou esquecer Aline, e quero que você vá lá em casa me visitar sempre que der viu.

A tia chegou no quarto.

Lúcia: Nanda, não arruma nada ainda, é melhor você falar com seus pais logo.

Parei de arrumar as coisas, mas sem entender porque ela me falou isso. Minha mente está um confusão com tudo isso, e eu não faço idéia de como vai ser essa conversa com meus pais.

Não acho que eles desistiram de me obrigar a assumir o escritório, mas eu também continuo sem querer e não vou mudar de idéia.

Bizu

Saí da boca e fui pra casa depois da conversa com a Nanda. Ela está certa mesmo,eu nunca pediria pra ela ficar aqui tendo a oportunidade de voltar pros pais.

Não queria que as coisas tivessem que ser assim, mas seria pior pra ela se os pais soubessem que a Nanda está envolvida com um traficante como eu.

Quando cheguei vi o Marquinhos chorando no chão todo sujo de Danone. A Lane estava do lado no sofá assistindo, mas não fez nada.

Bizu: Olha o pivete chorando Lane, tai surda é?

Lane: Ele derramou o Danone e agora vai ficar assim pra aprender a não derramar mais.

Fiquei puto com ela, castigando a criança que nem sabe direito o que faz. Peguei ele no colo e fui pra laje, liguei a mangueira e fiquei olhando o Marquinhos tomar banho.

Dei uma risada quando ele tropeçou nos próprios pés, mas logo fui lá levantar o pivete, que riu também.

Leyslane: Se dependesse de mim a gente voltava a ser feliz e criava o Marquinhos juntos.

Bizu: Se dependesse de tu nem aqui tu tava Leyslane, só viesse me procurar pra pedir ajuda.

Leyslane: Claro que não Ruan, eu pensava em tu todo dia e me arrependi muito de ter ido embora.

Bizu: Não adianta se arrepender de nada, agora sou eu que não te quero mais.

Leyslane: Caralho Ruan, tu esqueceu mesmo de tudo que a gente já viveu?

Ela falou chegando perto de mim,mas logo me afastei.

Bizu: Tu deveria ter pensando nisso antes de ir embora.

Saí da laje e fui pro meu quarto, minha cabeça estava a mil por segundo e discutir o inútil com a Lane não iria ajudar.

O Dono e a Dama do VidigalOnde histórias criam vida. Descubra agora