CAPÍTULO 4

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Bizu

O baile de hoje ta mais animado do que eu esperei. Coloquei os pivete aqui da quebrada pra fazer o som, tem muito talento escondido aqui dentro e eu faço de tudo pra dar espaço pra todos.

Gosto muito de fazer baile porque vejo o pessoal todo animado. E pra mim, como o dono do Vidigal o que eu mais me preocupo é pela segurança dos moradores da minha área. O dinheiro que a gente ganha com o tráfico é bom, mas meu pai antes de morrer sempre falava que pra comandar bem precisa atender as necessidades de quem mora aqui.

Tô viajando na prima do Mago, uma morena gostosa do caralho.

Desde que ela chegou eu não tiro os olhos dela e nem ela tira de mim. E ainda está me provocando dançando desse jeito.

Bizu: iae meninas, firmeza? -fui até elas mas com o olhar na Nanda.

Ari: opa Bizu, tranquilo patrão. O baile ta fervendo hoje em.

Bizu: a mais de bala -cheguei mais perto da Nanda -e tu gata, vai ficar muito tempo aqui na minha área?

Nanda: ainda não sei, mas eu pretendo.

Ela jogou o cabelo pro lado e pegou o baseado da minha mão, levou até a boca e depois soltou a fumaça me devolvendo.

Bizu: tu é de onde morena? -passei minha mão no cabelo dela -porque o lugar deve ser muito abençoado.

Ela deu uma risada e percebi que além de linda, o sorriso também era um ponto forte. Fiquei observando ela se aproximar mais de mim e falar algo no meu ouvido.

Nanda: olha, com essa você me ganhou. -nao resistir e beijei ela no mesmo estante.

Ela passou os braços sobre meu pescoço e eu usei minhas mãos pra passar pelo seu corpo.

Eu nunca fui de me interessar por qualquer mulher bonita que vejo. Mesmo sendo o dono do Vidigal e podendo ter todas as mulheres aos meus pés, sempre fui muito seletivo com quem quero que se aproxime de mim.

Mas o olhar dessa mina me fez sentir um desejo de tê-la.

O beijo tava muito foda, e só com ele ela tava me enlouquecendo, mas fomos interrompidos pelo LP e o Mago.

LP e Mago são meus braços direito e esquerdo. E eu sou a cabeça.

Desde que assumi o cargo de dono do Vidigal, os dois estiveram me apoiando.
Coloquei LP sendo o sub-dono porque ele já trabalhava pro meu pai a um tempo. E o Mago eu tornei gerente da boca.

LP: ei Bizu, foi mal atrapalhar ai, mas acabaram de achar o sujeito da dívida que tu tá querendo acertar as contas.

Olhei pros dois com o olhar de raiva. Mas quando o assunto é trabalho, não tem nada que fique acima.

Bizu: foi mal aí gata, tenho que resolver uma parada -nem ouvi o que ela respondeu, sai voando e peguei a moto.

LP e Mago pegaram cada um sua moto e fomos até onde os vapores estavam com o vagabundo.

Eles estão na guarita que é usada pra acertos de conta com quem me deve. É um lugar dentro do mato um pouco mais afastado das ruas para não incomodar os moradores.

Bizu: eu te dei duas semanas pra tu conseguir a grana, tai com ela aí? -entrei e ele estava sentado no chão -porque se tu não tiver, tu já sabe teu final.

xxx: eu não consegui todo o dinheiro, mas estou com uma parte dele. -ele levantou e se ajoelhou na minha frente -não me mata por favor patrão.

Ele me deve uma quantia grande a mais de três meses. Eu sempre aliviei e aumentei o prazo, mas ele vive todo final de semana em baile bebendo e na hora de pagar diz que não tem grana. Eu costumo ser bonzinho, mas não tolero pilantragem.

Bizu: vou te matar não, mas vou te deixar esperto -destravei a arma e atirei na perna dele -agora vai pegar a parte que tu já tem e vou te dar mais duas semanas pra trazer o resto, e se chegar o dia e tu não tiver, aí eu te mato.

Ele saiu gritando com a perna sagrando e mandei Mago ir com ele pegar o dinheiro.

Voltei pro baile voando, na intenção de encontrar a Nanda. Procurei ela por todo lugar e não encontrei, pelo jeito ela já foi embora.

O Dono e a Dama do VidigalOnde histórias criam vida. Descubra agora