EM HIATUS INDETERMINADO
╭─░🌕㊘𝖲𝗂𝗇𝗈𝗉𝗌𝖾𓊝୭̥
‣ "Sempre que eu olho pra você meu coração dói". Você começou, mesmo não sabendo como começar.
"Hum?". Essa foi a resposta dele, mas você não se deixaria abalar pelo rosto confuso que ele deveria es...
Do Grego, pensar de maneira diferente, reconsiderar. Arrepender-se.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Mãos te tocavam com vigor, te erguendo, virando, lavando, ensaboando, perfumando. Depois elas te apertavam, te enfaixando, costurando, remendando. Mas nada sairia curado, não realmente. Mãos tão delicadas, tão amáveis, embora ainda mecânicas, automáticas.
Como se apenas repetissem um processo conhecido. Mas não eram as mãos dele. Que pena, porém, ainda bem. Você queria apagar, mais do que já estava, deixar o estado meio acordado e principalmente, deixar de pensar naquilo.
Em coisas que você viveu realmente, em como tudo poderia ter sido em vão, em como, Vanitas, poderia ter sido em vão. Mas não era nele que você se focava, era em outro. Talvez abrisse os olhos e se deparasse com seu corpo curado, sem nenhuma resquício de uma noite cheia de violência.
Talvez não existisse, Senhora, não existisse carta ou aulas rígidas. Não, não poderia ser verdade, mas a única pessoa que te conhecia o suficiente para saber do script, a única pessoa que você deixou entrar em seu coração e o único a te chamar por um apelido.
"Urg...". Você grunhiu de dor. Os ferimentos ardiam e pulsavam, a dor era real. Bryana, Bryana Robinson, era real. Sua mãe, sua senhora. A mulher que comandava tudo como uma cobra no ombro do patriarca. Aquela que deveria ser fonte de amor incondicional, ou talvez fosse, talvez toda aquela dor fosse uma forma de te mostrar o quanto ela te amava.
Talvez as feridas em seu corpo pudessem ser um presente de uma mãe protetora que apenas não quer ver sua filha sofrendo, talvez... O que estava pensando? Depois de tantos anos vivendo naquela casa, realmente poderia ver a situação daquela forma?
'Eu quero voltar'. Você queria voltar, aquele corpo queria voltar. A um tempo onde tudo era perfeito, a Paris, a Vanitas. "Vanitas.". Você rolava em desespero, para dentro daquele buraco metafórico, assim como as lágrimas deslizavam por seu rosto. Mas apenas duas. Era o máximo que aquela máscara poderia ceder, principalmente depois de esgotar seu estoque de choro.
Foi então que notou, como em um estalo, um momento no tempo, uma parada. A resposta para tudo era real, era óbvia. Você, não, deveria, está, alí. Não deveria, era impossível. Aquelas paredes tão claras que pareciam um hospício, era impossíveis que estivessem ali. Depois de tudo o que você fez, depois de tudo o que teve que soltar para fugir daquela realidade.
Um toque na porta, e outro. Algo que te fez focar no presente, algo que te fez parar de pensar em todas as formas como aquilo poderia ser tremendamente cruel. Em como voltar para o lugar de onde saiu tinha que ser falso. Tinha que ser. "Senhorita. O jantar será servido em duas horas. Sua presença é obrigatória." A empregada, sua serviçal, informou, tendo como resposta um grunido semelhante a um 'sim'.
────────────────── ⋰⋱⋰Notas🦋⫻ No fim, acho que vamos encerrar o passado da Remy antes de voltar para o Vanitas, pelo menos a maior parte. O que estão achando?
Obrigada por ler até aqui, se achou algum erro me avise, por favor.