Cuidados

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Uma semana havia se passado desde que Vegas havia acordado de seu coma, e finalmente ele tinha recebido alta.
Agora Pete se despedia de Dr. Top e conduzia Vegas até o carro no estacionamento do hospital em uma cadeira de rodas. Ele ficaria por algum tempo nela até que pudesse usar muletas.

- É bom revê-lo, senhor. - Nop disse assim que saiu do carro.

- Igualmente. - Vegas devolveu.

- Nop, me ajude a pôr Vegas no carro. - Pediu Pete.

Nop assentiu, abriu a porta de trás do carro e Pete ajudou Vegas a se levantar e, se apoiando em apenas uma perna, Vegas conseguiu entrar dentro do carro. Quando se sentou no banco, fez uma careta de dor.

- Machucou? - Pete perguntou, preocupado.

- Sim. - Vegas teve uma ideia. - Mas um beijinho sara.

Pete estava chocado, Vegas estava flertando com ele descaradamente usando sua dor como desculpa. Ele pode ouvir Nop rir enquanto guardava a cadeira de rodas no porta-malas.

- Vai se foder! - Pete o xingou, ameaçando bater nele. Mas claro, ele nunca bateria num enfermo, mesmo que esse enfermo fosse Vegas. - Coloque o cinto.

- Não consigo. - Vegas disse com uma careta de dor, mas é claro que era fingimento, e Pete sabia disso. - Tudo dói!

Pete bufou, estava começando a se arrepender de ter se oferecido para cuidar de Vegas.
Ele começou a pôr o cinto de segurança em Vegas, por causa disso, ele estava perigosamente perto dele. E Vegas, vendo a oportunidade perfeita, aproximou seu rosto do pescoço de Pete, fechou os olhos e aspirou o cheiro bom do perfume de Pete.

Aquele gesto fez Pete se arrepiar por inteiro e ele se afastou rapidamente de Vegas. Ele o olhava com os olhos bem abertos e um sorriso pequeno nos lábios, aparentando inocência. Merda, Pete queria se bater por seu corpo se comportar daquela maneira com os estímulos de Vegas.

Pete fez menção de fechar a porta, mas Vegas foi mais rápido e pegou o braço dele.

- Senta aqui atrás comigo? - Pediu Vegas.

- Não posso, tenho que ficar na frente com Nop. - Pete recusou imediatamente.

- Por favor, Pete! - Vegas agarrou a mão de Pete e a sacudiu, era como uma criança fazendo birra. - Por favor, por favor, por favor! Sim?

- Não! - Pete disse, firme, mas isso não parece ter feito efeito em Vegas.

- Vamos, Pete, você disse que cuidaria de mim! - Corrigindo, Vegas era pior que uma criança fazendo birra. Quando você briga com ela, a criança para, com Vegas era totalmente ao contrário.

- Vai logo, Pete, você sabe que quanto mais você diz não, mais Vegas insiste. - Disse Nop.

O olhar de Pete mudou, não era mais aquele de irritação, e sim um olhar de ressentimento e dor. Claro que Vegas sabia o porquê.

- É, eu sei bem disso. - Pete disse, dessa vez conseguindo se soltar de Vegas, que não fez força para o segurar. Ele fechou a porta do carro e entrou pelo outro lado, no banco de trás, junto de Vegas. - Satisfeito?

Vegas não respondeu. Nop entrou no carro e começou a dirigir. A viagem foi quieta, Pete não desviava os olhos da rua, nenhum momento olhou para Vegas. Ele com certeza estava pensando no tempo em que Vegas o manteve preso, em quanto ele o machucou.

Merda, Vegas poderia quebrar sua outra perna de tanta raiva que sentia de si mesmo. Como ele teve coragem de machucar Pete? Como ele ousou tocar aquele anjo, que devolveu a vida à ele, de forma violenta? Ele queria tanto pedir desculpas, mas só aquilo não seria suficiente, nunca seria.
E mesmo depois de tudo o que ele fez, Pete ainda queria cuidar dele? O que ele fez para merecer alguém como Pete na vida dele?

Another Life - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora