Karma's eyes

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Olá, Marujos! ⛵

Depois de navegar por mares desconhecidos, cá estou de volta ao porto com mais um capítulo de Sea. 

🚨Quero deixar bem frisados que este capítulo foi um dos mais difíceis que já escrevi, devido a sua carga emocional. Então, deixo avisado que ele contém temáticas delicadas e que provavelmente pode gerar gatilhos em alguns leitores, apesar de não haver nada tão explícito. Ainda assim, caso sintam-se desconfortáveis com a leitura, recomendo suspendê-la.

A palavras que resumem esse capítulo é: dor, tristeza, raiva,  e principalmente coragem.

 Boa leitura!📖

Como a névoa, que à noite envolve sorrateiramente os navios à deriva e despretensiosamente invade o porto, o ceifador regressara

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Como a névoa, que à noite envolve sorrateiramente os navios à deriva e despretensiosamente invade o porto, o ceifador regressara...

Escondido feito sombra em meio a densa brisa vinda do mar.

— Morta? — repetiu em um sussurro atônito.

O vento que os engoliu, emergindo da escuridão ainda soprava em seus ouvidos, tão delicadamente perturbador quanto o choro de desalento de Janna, a deusa dos ventos e dos maus presságios, que carregava consigo a maldição de uma existência falha, fragmentada, mas ainda divina.

Uma deusa que, em sua natureza intangível, desconheceu a própria força e perdeu o controle, sendo obrigada a reprimir o seu eu e apequenar-se em meio aos homens, para não levar o caos e a destruição àqueles que só desejam o frescor de uma leve brisa.

— A encontraram no alto da torre sul do grande relógio. Ela... — Jimin procurava palavras para abrandar a dor carregada pela revelação.

Mas existem palavras que amenizem a dor causada pela perda daqueles que o ceifador tão impiedosamente leva?

— Os lençóis ainda estão pendurados...

Certamente que não.

— Que os Deuses a recebam — com pesar, o rogo soou na voz do capitão.

Jeongguk mantinha-se em silêncio, sentindo o vento bater contra seu tronco despido e o aquecer como brasa açoitada. Seu peito se elevava com o soprar da brisa e despencava, formando uma pequena chama de medo, ira e rancor.

Emília não foi levada pelo ceifador, ela se entregara a ele.

— Por que? — Seu respirar era audível e sua revolta sentida em seu tom de voz — Ela... — Seus olhos vagavam pelo breu. — Ela não poderia ter feito isso!

A lamparina em suas mãos encontrou o chão em um ato de fúria e, acompanhando a tormenta em seu coração, o vento que antes era brisa tornou-se ventania, assim como Jeongguk ao deixar os outros para trás e, tempestuoso, atravessar o umbral da porta em direção ao interior da casa.

— Jeon! — Jimin foi logo em seguida, preocupado que as próximas ações dele fossem movidas pela dor que machucava seu peito e comprimia seu pobre coração.

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