A light goes out

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Olá, Marujos! 

Tenho muitos planos bons para Sea este ano então não desistam da gente!

E com isso... Peço que comentem o que acharam do capítulo e não esqueçam a estrelinha no final!

Boa Leitura!📖

Caminhando por entre as docas, Jeongguk recordava-se dos anos em que o amanhecer no porto era belo

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Caminhando por entre as docas, Jeongguk recordava-se dos anos em que o amanhecer no porto era belo. Quando as graças da deusa Karma ainda pareciam existir, evidenciadas nos seus fios dourados voando contra o vento, enquanto criança corria alegre pelas ruas de Londres.

Uma época que parecia carregar o peso do tempo, o fardo da saudade e a ínfima certeza de que não mais voltará.

Londres se perdeu em meio a uma praga. Permaneceu tanto tempo imersa na escuridão gerada pela perda, que aos poucos seus próprios habitantes apagaram-se em meio a algia nutrida pelo perecimento, a ponto de não recordarem mais do quanto aquelas terras um dia foram prósperas. Só conseguiam lembrar dos rostos daqueles que a cólera tão violentamente levou, do pranto que parecia não ter fim... Da dor da escuridão.

Entretanto, o filho do sol se lembrava e no seu íntimo desejava por boas novas. Quem sabe Jimin tinha razão, e dias melhores estavam por vir.

Por um instante permitiu-se sorrir, recordando-se do breve contato com o capitão do Euphoria e de como foi bom manter o mínimo diálogo com alguém que não fosse o seu amigo, tendo suas vestes ainda presas ao corpo e que o assunto não passasse de um lacônico negociar de valores.

Quem sabe o belo sorriso do capitão fosse o presságio dessas boas novas.

Chegou às ruas estreitas onde ficava a pequena butique de Madame Iara e depois de checar se estava realmente só, se escorou por um dos becos até o fundo da loja. Outra lembrança lhe arrebatou os pensamentos assim que parou em frente a madeira velha das entradas dos fundos. Parou com a mão no ar fechada em punho, vacilante e meio trêmula; recordando do tintilar do pequeno sino da entrada e do cheiro do tear, que dominava o ambiente todas as vezes que entrava na loja para comprar algum pedaço de tecido a pedido de sua mãe.

Lembranças como a de um simples ato de adentrar em qualquer lugar pela porta da frente que lhe faziam extrema falta e insensivelmente reafirmava qual lugar agora lhe pertencia; os becos escuros, fétidos e portas de fundos pelas quais, era obrigado a entrar e sair sorrateiramente, para que aparências fossem mantidas.

Puxou o ar e arrumou a postura encostando os nós dos dedos na madeira fria e aguardou. Poucos segundos depois uma bela mulher, alta, de fios ruivos e ar misterioso como as esmeraldas que enfeitava seus olhos, lhe atendeu, puxando-o para dentro sem nenhuma delicadeza ou modos.

— Perdeste a completa vergonha ou temor, filho de Karma! — O leque que estava em suas mãos lhe atingiram um dos braços com precisão.

O artefato era como uma extensão dos braços da artesã, desde que a idade lhe acometeu com males que lhe arrancavam o bom humor e fazia sentir-se abraçada pelo próprio sol a ponto de derreter, tamanho eram as ondas de calor que lhe atingiam, tanto que o bom e velho leque tornara-se seu companheiro inseparável. Apesar de ser agraciada por uma aparente juventude, Madame Iara não escondia quantos anos os deuses até então lhe deram de vida.

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