IV.

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Como estou, papai? - perguntou o garotinho.

- Está bonito, meu filho...

Quando mamãe irá chegar? - perguntou olhando a si mesmo no espelho.

Mamãe não irá vir, nós iremos visitá-la. - respondeu o homem.

A figura loira de seu pai, segurou em sua mão com firmeza, os guiando para fora de casa...

Mamãe está dormindo em uma caixa estranha. - riu o loirinho.

Filho. - chamou seu pai. - deves ficar aqui, cuidando da mamãe, certo?

O rapaz assentiu com a cabeça.

Se passaram alguns segundos, alguns minutos, algumas horas...































Garotinho. - chamou uma freia por trás. - hoje és sábado, não temos missa. Está sozinho? Onde estão seus pais?

Mamãe estás a dormir - respondeu apontando para o caixão de sua mãe. - e papai me deixou aqui para cuidar dela, mas a mesma não acorda!

A mulher não disse inicialmente, olhou com pena nos olhos do pequeno rapaz.

- Oh, meu anjo, sua mamãe, está em um lugar muito bom agora, ela está no céu!

No céu? - perguntou o garotinho incrédulo.

Sim, e todas as almas boas e de bom coração irão para lá no fim de vossas vidas. Até mesmo você, um garotinho com a face e os cabelos de um verdadeiro anjo, enviado por nossa Santa. - respondeu encantada pela beleza da criança.

Mas, e se eu não for uma alma boa? - perguntou. - E se...minha vida não chegar ao fim? Como tens certeza de que um dia irei morrer?

A jovem freira olhou com espanto para o garotinho a sua frente.

Bem...venha comigo. - pediu segurando nas mãos do loiro.

O garotinho andava na companhia da freira, olhando para trás; para o caixão de sua mãe.















Mamãe, a senhora foi uma alma boa? e se foi, a senhora está no céu neste momento? Se todas as almas boas vão para o céu no fim de vossas vidas...para a onde vão as almas que não chegam ao fim de suas vidas?


Elas não vão a lugar nenhum. Elas são imortais por uma razão...



Cruel EternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora