VII.

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A culpa havia ido embora, mas, Vincentt ainda se sentia vazio, frágil e vulnerável...

Ele havia ficado doente por um tempo, como um tipo de depressão. Não tinha forças para sair da cama, para sua primeira caça, nem para ir ao seu lugar favorito do castelo: O jardim.

O loiro preferia acreditar que era apenas parte de sua transformação, mas, Dante sabia que aquilo era psicológico.









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Como se sente? — perguntou seu mestre enquanto se aproximava lentamente até a cama.

Vincentt resmungou deixando o moreno sem resposta.

Dante suspirou. — Não entendo o por que de estar assim. — mas, ele sabia exatamente o motivo.

— Q-quando... quando...i-irei...

Não force. — ordenou. — Sua voz está falha de tanto espernear pelo coelho. — lembrou fazendo o loiro se envergonhar.

O moreno tirou os cobertores de cima de Vincentt, e em seguida colocando o mesmo em seu colo. — Ainda está se sentindo culpado?

É a lei da natureza. — respondeu com um sussuro quase inaudível. — Não foi culpa minha.

Fico feliz por ouvir isso. — disse Dante em um tom orgulhoso. — Está com fome?

— Um pouco.

Certo. — disse. — irei providenciar algo para beber.

Um estranho silêncio se fez presente enquanto Dante ia em direção a porta.

Me perdoe. — pediu.

O que? — perguntou se virando para Vincentt. — Pelo quê?

Por não ser um bom servo...— respondeu. — eu o desobedeci, e teimei com o senhor.

Dante se voltou para a porta ignorando completamente o que o loiro acabara de dizer.









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E então, o anjo corrompido voltou para o Éden, arrependido de ter pecado em um lugar tão puro como aquele...

Ainda podia ver o corpo do coelho naquele lugar...vulnerável e ofegante.

Estava com fome e podia sentir o mesmo cheiro da criatura...















Não, não devo fazer isso...— sua cabeça doía e sua visão estava turva. — Mestre...me ajude...















Enquanto andava, ouviu sussuros vindo do oeste, sussuros de dor e agonia...sussuros de ajuda e fraqueza.

Me ajude. — sussurava o rapaz em tom de fraqueza.





— (mestre...! Mestre, onde você está?)










Papai, estou com fome, onde está a mamãe?











— "Eu estou aqui, Vincentt...irei protegê-lo."


















Papai, quando a mamãe irá voltar...?
















Cruel EternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora