no qual o príncipe sol foge para a vila

461 52 3
                                    

- Mantenha a postura, Senhor Lee. - o homem gritou.

Donghyuck resmungou um xingamento baixo e deixou o corpo mais ereto, já estava cansado de ficar galopando sem parar em círculos envolta do homem baixinho e bigodudo, e sabia que Maçãzinha também estava. Sim, o cavalo do príncipe chamava Maçãzinha.

Deu mais alguns galopes e quase gritou de alegria quando o senhor Aramis encerrou o treino. O garoto saiu de cima do cavalo e o levou até o estábulo onde tirou todo o equipamento do animal e cuidou dele. E logo não demorou para sair saltitando em direção ao jardim do castelo, seu lugar favorito.

No entanto, quando chegou ao local, viu seus pais juntos com o conselheiro e seu irmão mais velho. Olhando melhor o jardim, Donghyuck percebeu que tinha muita coisa diferente. Muitas flores estavam mortas, a grama, que antes tinha uma coloração verde viva e brilhosa, estava seca e desbotada.

Ora, Donghyuck ia sempre lá e não havia percebido? Sim, ele havia, mas agora o estrago estava maior e aquilo começou a assustá-lo.

- O que faremos? - ouviu sua mãe cochichar para seu pai.

- Você sabe muito bem, querida, não temos outra opção. - disse o rei, com pesar. - Já fizemos de tudo.

A mulher ofegou e foi a primeira a ver o filho recém-chegado. O último citado estava paralisado um pouco mais atrás do grupo real, não conseguia esconder a preocupação em sua face perante ao jardim. Se o vasto lugar cheio de vida natural estava daquele jeito, definhando aos poucos por conta da seca, imagina o resto do reino? Sentiu um aperto no peito imaginando o desespero de seus súditos.

Donghyuck quase nunca saía do castelo, era proíbido pelo rei. Seu pai era super protetor com a esposa e o filho mais novo, os únicos ômegas da família real. O homem sabia muito bem os tipos de alfas que tinha pelas ruas de Golden, mesmo que pudessem respeitar o rei e não fazer nada com o príncipe e a rainha, ele não queria arriscar.

Mas o príncipe do sol era atrevido e destemido, respeitava o pai mais que tudo, até porque era seu rei também, porém tinha que correr alguns riscos indo para fora das propriedades do palácio.

Após o ocorrido do jardim, Donghyuck não descansou um minuto sequer, passou o dia pensando no desespero das pessoas que viviam em seu reino e que ele tinha o dever de proteger, mesmo ainda como príncipe. Foi no meio desses pensamentos que, após o jantar, correu para seu quarto alegando estar com dores de cabeça e que iria deitar cedo por conta disso.

Donghyuck ouviu toques na porta e assustou-se com aquilo. Ficou encarando a porta em silêncio, quase sem respirar. Estava bastante irritado, até porque havia deixado claro que iria dormir.

- Donghyuck, sou eu. - a voz de Jeno saiu baixa, porém audível - Eu sei que você está acordado, eu te conheço.

O Lee mais novo soltou o ar que prendia e suspirou aliviado, caminhou até a porta e a destrancou para que o alfa entrasse.

Jeno observou o irmão de cima abaixo com o cenho franzido. O garoto usava roupas mais empobrecidas, continha até alguns rasgos e um pouco de terra. Um chapéu de palha cobria seus fios loiros queimados.

- Bem que eu suspeitei que você estaria tramando algo. - sentou-se sobre a cama do irmão vendo o outro terminando de se disfarçar - Está indo ver Jaemin de novo?

- Sim, estou. - falou colocando um xale preto sobre os ombros.

Viu o irmão mais velho suspirar, se levantar e caminhar para fora do quarto. Donghyuck estranhou a ação repentina, mas logo entendeu quando o outro Lee voltou com uma cesta com pães, queijos, frutas e vinho.

eclipse | markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora