Sozinha na imensidão do escuro
Perdi a minha vida sem de fato encontrar a morte
Longe de tudo que finjo que procuro
Azar no amor, na vida e na sorteA totalidade do meu suspiro
Que agora não é tão forte
Mascarando os arrepios
Que a minha espinha sofreMeu estômago reclamão
Regurgitando meus pensamentos
Palavras que engoli em vão
Por quem não merecia meus sentimentosEu não tenho casa
Não tenho morada
Sem abrigo em meu lar
Eu não tenho lugarEu não busco amor
Eu não quero compreensão
Estou satisfeita com a dor
E lido bem com a insatisfaçãoMinha barriga dilata
Meu coração dispara
Minha mente vazia vaga
Na fantasia que da realidade disparaQue meus sonhos se acabem
Que meus pesadelos aprofundem
Se eu só posso sentir dor
Quero que a dor me inundeNa infeliz vida que vivo
Entre os soluços, suspiro
Lavo meu rosto com água de sal
Mas não sou capaz de matar o malO choro que me lava a alma
Choro, grito e agonizo
O choro que nunca me acalma
Estilhaça-me como ao vidroCortante de alma e coração
Pisa na alma e joga no chão
Esmagador de paz e sentimento
Agride o corpo em lamentoMeus olhos castanhos nos seus escuros
Minha pele manchada refletida no espelho
Ao meu toque afiado e certeiro
Pinto meus pulsos de vermelhoInfelizmente triste
Sabiamente ignorante
A esperança que resiste
Me torna petulanteA vida é sozinha
Um período no espaço-tempo
A vida deve ser vivida
Ainda que em sofrimento
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As coisas que eu entendo
PoetryAnsiedade, depressão, dor e desespero. Agonia. Dormência. Os estágios da doença da alma. Poesia.