Eu tenho uma rival
Que me boicota o tempo inteiro
Ela só sabe me fazer mal
Perco alegria, tempo e dinheiroEu devia me afastar dela
Gente assim não merece companhia
Assassiná-la e acender uma vela
Era tudo o que eu queriaMas não posso me distanciar
Seus dedos apertam ao redor da minha garganta
Perco a capacidade de falar
Nem posso respirar, para ser francaEla esmurra meu estômago
Quase me faz vomitar
Afasta de mim quem eu amo
Me joga no chão sem me deixar levantarQuando está perto não consigo parar de tremer
Ela abala todas as minhas terminações nervosas
E aquele medo que eu tento conter
Toma conta do meu corpo e da minha almaMinha voz muda de tom
Meus passos perdem o ritmo
Meus ouvidos só ouvem um som
Um agudo e estridente zumbidoTenha dó do meu coração
Que só se acalma quando estou dormindo
É como se ele estivesse em suas mãos
E você o apertasse para ditar o ritmoMais rápido, mais rápido, mais rápido
Quase ouço meu sangue correr nas minhas veias
Mais rápido, mais rápido, mais rápido
Minha pele fica mais sensível e arde inteiraMinha vista fica turva
Minha respiração entrecorta
Sua mão na minha garganta
Me enforca, me enforcaEstou viva ao dobro
Sentindo tudo à flor da pele
Eu quase não te ouço
Mas você me fere, e me fereCalou minha voz e se impôs
Eu quis gritar e sair correndo
Como minha algoz, tu me propôs
Me matar aos poucos com o teu venenoTenho tanto para contar
Mas ninguém olha para mim
Será que comecei a gritar
Ou é medo de ficar sozinha?Com você
Quando nos apresentamos
Eu tinha que idade?
Foi no início da adolescência
Que conheci a ansiedade?Minha alma saí do corpo
Meu coração desesperado
Não sabe sair desse sufoco
E sempre julga estar erradoSerá que estou vivendo agora?
Ou apenas sobrevivo à você?
Tem previsão de quando vai embora?
Ou vai ficar até eu morrer?
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As coisas que eu entendo
PoesíaAnsiedade, depressão, dor e desespero. Agonia. Dormência. Os estágios da doença da alma. Poesia.