Pai

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Eu escrevi este quando eu tinha por volta de 16 anos, na época em que o meu pai junto com a esposa dele decidiram me expulsar de casa. A métrica não está perfeita, mas tem muito sentimento. O que seria de um poeta sem o lamento? Espero que gostem.

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Quem me dera afinidade ter
Com as palavras para descrever
Tudo aquilo que eu sinto por você
Sem querer e sem saber

Tudo aquilo que o meu coração sente
Tudo aquilo que toma a minha mente

E de tanta dor que senti
Consegue entender o que eu vivi
Toda vez que olhar para mim

Que vi

De tão velho
O mundo fazer meu pai
Parecer uma criança

Quem dera poder explicar
O sentido de a vida explorar
Sobre o medo que tive de arriscar
Que dentro dos meus olhos há

Além do arrependimento ao perceber
Que minha covardia me custou você

Toda vez que receei ao me defender
Que me refreei quando pude dizer
Na sofrida escolha entre te fazer sofrer
E da verdade poupar você

Amor de filho nunca se esvai
Não importa a distância do pai
Pois não se mede com fita um coração
Se mede por sua expansão

Aquele que cabe mais amor
Mesmo que haja dor
Ao olhar para o pai
As lembranças da infância o cai
Em uma nuvem de memórias
Repleta de histórias

De uma vida inteira

E enquanto eu faço poesia
Ao lado oposto tu se alia
Frente a mim na guerra fria
Enquanto o coração resfria
Tudo aquilo que sentia
Ah, meu Deus como eu queria
Que ao menos por um dia
O coração em que confia
Batesse em melodia
Como o da artista que conhece
Tudo o que o mundo esquece

Sobre o amor.

As coisas que eu entendoOnde histórias criam vida. Descubra agora