Capítulo 7

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O lanche finalmente chega e posso comer sem ter que responder a mais perguntas. Não passa muito tempo e Millie volta de mãos dadas com Tyler.

Sempre achei muito interessante a forma como minha prima consegue se conectar tão rápido com as pessoas.

Olhando para os dois agora parecem namorados a muito tempo, sendo que se conheceram a uns 20 minutos.

– O lanche já chegou? Que maravilhosa! – Ela murmura se sentando ao meu lado e Tyler se senta ao seu lado.

Millie começa a comer seu hambúrguer com a batata, juntamente com o refri.

Devoramos com rapidez nosso lanche enquanto os rapazes fazem seus pedidos e os esperam. Quando acabamos a atendente chega com o balde de sorvete e todos comendo, não imaginávamos que seria tão grande.

Se Lucas soubesse que estamos em uma lanchonete dividindo sorvete com três estranhos ficaria completamente maluco. Não que eu me importe com isso no momento

– Vocês têm algum compromisso depois daqui? – Tyler questiona tirando o cabelo do rosto de Emilly com delicadeza.

– Sim! – Respondo ao mesmo tempo em que Millie nega.

– Temos? – Ela me olha confusa.

– Sim, nós temos – Digo de forma sugestiva que ela - graças a Deus - entende.

– Aaah, é verdade, nós temos aquela coisa – Quase solto uma risada, o jeito com ela diz é muito engraçado.

– Amanhã a tarde, cinema – Tyler propõe. – O que me diz?

– Prometi a Angel que passaríamos o dia juntas – Minha prima informa.

Continuo olhando para um ponto fixo, se alguém acha que vou cancelar nosso dia só para ela sair com ele, estão muito enganados. Quase não temos tempo juntas.

– Nós cinco podemos sair todos juntos – Declan sugere. – um grande passeio de amigos ao cinema.

Minha prima se vira para mim em busca de resposta. Aceno positivamente para ela que sorri em agradecimento.

Cerca de uma ou duas horas depois vamos embora, mas não sem antes o mais novo casal se agarrar e combinarem um pouco mais sobre o dia de amanhã.

Decidi não dizer nada sobre isso, ela não estará aqui mês que vem, espero que não tenha esquecido disso.

O caminho de volta para casa é bem tranquilo, Millie conta o que Tyler e ela ficaram fazendo na parte de trás da lanchonete - e como eu suspeitava nada de errado aconteceu no local -, eles conversaram sobre coisas normais, ficaram e só.

Acredito na minha prima. Emilly nunca mentiria para mim.

Quando chegamos em casa subo as escadas rápido, ansiosa para me jogar na cama e dormir o restante da tarde. Contudo, assim que abro a porta encontro Lucas sentado na minha cama.

– Você demorou... – Murmura, analiso o objeto que ele segura, uma caixa em formato de coração.

– O que você está fazendo aqui? – Pergunto ignorando sua fala.

– Angel, eu vim me desculpar por hoje mais cedo – Ele se levanta e da alguns passos para se aproximar de mim. Dou três passos para trás e acabo encostando na porta.

– Pode ir embora? – Peço suspirando – Estou cansada e não quero ter que conversar sobre isso agora.

– Eu já te disse que não há mais nada entre Isabela e eu – Lucas tenta explicar, mas tudo o que quero é descansar.

– Você já disse e eu já ouvi, Lucas – Abro a porta e faço sinal para ele passar. – Eu também já falei que não estou brava, com raiva ou chateada. Só estou cansada, por favor, me deixa sozinha.

– Me promete que iremos conversar depois – Lucas pede passando por mim e saindo do quarto.

– Depois, não agora, não hoje – Respondo.

– São para você – Ele me estende a caixa de bombons – seus preferidos.

Pego a caixa meio sem jeito e Lucas se vai sem dizer mais nada. Fecho a porta do quarto.

Troco de roupa rápido vestindo algo mais confortável, me deito na cama com o notebook do lado e ligo em uma série qualquer. Abro a caixa de chocolate e me delicio dos bombons que acabei de receber. Uma coisa é certa, esses são mesmo meus chocolates favoritos.

Não sei quanto tempo passa, mas caio no sono.

Lucas

Depois da conversa com Angel volto para meu quarto e não pretendia sair de lá pelo resto do dia, porém, duas horas depois meu pai bate na porta.

Era algo incomum, Gael e eu éramos próximos, sempre fomos, mas não conversávamos a sós com muita frequência.

– Filho, posso entrar? – Pergunta do outro lado da porta.

Me levanto, giro a chave e abro a porta para ele.

– Claro, entra – Murmuro e volto a me sentar na cama. – E aí? Qual o problema?

– Não tem outro motivo para eu falar com você? – Gael me responde com outra pergunta e parece chocado. – Acha que tenho tantos problemas a ponto de só vir ver meu filho por esse motivo?!

– Quando a mamãe brigou com você por fechar o parque para Angel poder se divertir, quando você e tio Ivan quase explodiram a cozinha... Devo continuar, posso falar o dia inteiro – Digo sorrindo.

– Ta certo...  Eu posso ter falado algumas coisas em algumas situações, mas não quer dizer nada.

– Tudo bem, sobre o que quer falar?

– O que houve hoje no escritório, com Angel – Gael diz e fico apreensivo por alguns segundos, mas depois suspiro aliviado, se ele soubesse do que aconteceu mais cedo certamente estaria me acertando um tapa agora ou algo assim. Mesmo que ele sempre tenha sido contra esse tipo de violência.

– Nada, nada mesmo. Ela só estava cansada e com fome e...

– Estou falando do que aconteceu quando eu estava em reunião. Você, ela, Isabela – Ele cita tudo com calma e fico paralisado – Por que não me explica tudo?

❤️❤️❤️

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora