0. Prefácio...

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"Se duas pessoas estão destinadas à ficarem juntas, 

eventualmente, elas encontram o caminho de volta."

— Chuck Bass —


Quando eu era mais nova, eu assisti ao meu pai ir embora, deixando minha mãe de lado por alguma outra mulher que ele conhecera em uma de suas viagens a trabalho. Naquela época, eu não entendia quando assistia minha mãe chorar noite após noite, encolhida sob os lençóis de sua cama, sem nenhuma vontade de viver.

Ninguém havia tomado conta de mim naquela época. Eu havia o feito por nós duas, nos cuidando. Éramos nós contra o mundo. Um mundo muito cruel, foi o que eu vim a aprender anos depois. Eu havia me dedicado aos estudos de forma a qual eu pudesse fazer minha mãe se orgulhar de mim. Na tentativa de tê-la sorrindo novamente, verdadeiramente, como há muito tempo eu não via.

Num domingo, à tarde, enquanto almoçávamos, a companhia tocou, e minha mãe foi atender. Foi quando demos de cara com o meu pai, o homem que a fizera tanto sofrer. Mamãe o abraçou e pediu para que ele voltasse para casa. Mas ele a ignorou. Indo até o quarto e pegando algumas coisas — as últimas lembranças dele.

Anos depois, eu ainda encontrava minha mãe chorando pelos cantos, e com um entendimento maior, eu notei o que aquilo significava. Ou pelo menos, a metade. Eu nunca havia amado ninguém, além de um garoto da minha sala na oitava série. Mas aquilo não era amor. Nunca foi e nunca seria. E após anos, enquanto eu encarava aqueles olhos azuis profundos como gelo, eu enfim entendi: amar nem sempre é ser correspondido ou ter um final feliz. 

Com Amor, Rose...Onde histórias criam vida. Descubra agora