10. Quando você partiu...

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Meses haviam se passado desde o natal, era verão e estávamos prontos para viajar naquele quatro de julho com sua tia, Tasha. Mas havia uma atmosfera ruim entre nós.

Todas as vezes que nossa canção tocava na rádio, ou em nossas playlists, nós dançávamos ou cantávamos juntos. Agora, toda a vez em que Until I Found You tocava, nossos dedos automaticamente mudavam para a próxima estação ou canção.

E então, as brigas vieram.

Eu me lembro como me senti enjoada quando eu o vi as mensagens de bom dia em que Chris passou a trocar com uma colega de sua turma, Avery Lazar.

As mensagens chegavam fofas, com pequenos corações, enquanto quando não nos víamos, nem sequer um bom dia seco soava de meu celular.

Eu ajudava Tasha na cozinha, preparando o café da manhã para todos. Eu respirei fundo, de forma pesada, quando o celular vibrou em cima do balcão, me permitindo observar que estava escrito ali.

"Bom dia, baby" e corações seguiram. Eu deixei que as canecas repousassem em cima da bancada, incapaz de não jogá-las em sua direção. Meu coração se apertou e eu não consegui segurar uma lágrima de raiva que escorreu pelo meu rosto. E Tasha viu aquilo.

Christian tinha desaparecido pela despensa, pegando alguns biscoitos e geleias. Ele não percebeu meu comportamento, não percebeu que eu chorava quando apareceu.

Eu saí pela varanda que era anexada à cozinha, onde estávamos organizando a mesa do café da manhã. O mar era próximo dali, e eu só conseguia escutar o barulho dos pássaros e as ondas do mar.

E eu chorei. Incapaz de perguntar a verdade sobre aquilo.

– Hey, Rose... – a voz de Natasha soou. Eu não consegui não olhar em sua direção, chorosa. Ela se aproximou, me abraçando.

Tasha não era muito maior do que eu, apenas alguns centímetros. Ela me enlaçou em seus braços finos, mas parecia como uma grande asa, me segurando por completo e me protegendo enquanto eu chorava.

– Você viu? – eu indaguei, minha voz não passava de um murmuro.

– Sim...

– Ele provavelmente está me traindo com ela, ou planejando... – eu choraminguei. Tasha alisou meus cabelos com a ponta dos dedos. Acolhedora.

– Eu não sei, querida. Mas você precisa perguntar a ele. Deve haver alguma explicação... – ela disse, suavemente, pacificadoramente.

Eu enxuguei meu rosto, me levantando então. Eu poderia perguntar a fonte mais confiável que era Avery ou apenas abrir seu celular e ler todo o conteúdo da conversa. Mas não era justo... Eu precisava perguntar a ele. Eu precisava da verdade.

Christian não podia fazer aquilo comigo. Não depois de tudo... Erámos amigos, melhores amigos antes de qualquer relacionamento. Prometemos não magoar um ao outro e eu estava lutando para fazer a minha parte. Deveria ter alguma outra explicação.

Eu me levantei, decidida. Encontrando-o de braços cruzados, sentado na cama, com o celular ao lado. Ele não parecia culpado, apenas chateado. Aparentemente, eu havia estragado o café da manhã feliz de quatro de julho.

– O que foi aquilo? – ele indagou chateado quando entrei no quarto. Eu sabia que meu rosto estava inchado pelo choro e que provavelmente Tasha havia dito algo muito constrangedor a ele. E ele odiava quando era chamado atenção por sua tia.

Com Amor, Rose...Onde histórias criam vida. Descubra agora