11. Quando eu te odiei com todas as minhas forças...

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O tempo em Montana era agradável. Era verão e o farfalhar das folhas me deixava emocionada. Eu havia acabado de chegar, atrasada como o inferno, mas contente por ter conseguido cumprir aquela promessa. Eu odiava promessas.

Eu fumei meu cigarro, chateada por saber que minha mãe repudiaria aquilo como o inferno. Mas eu não podia fazer muito mais. Estava cansada e as noites sem dormir e os fuso horários estavam me matando.

Eu consegui escutar seus passos quase angelicais, ela parecia um anjo se aproximando. E aquilo me frustrava, pois eu estava muito longe de ser perfeita como ela.

Eu podia escutar o som de conversa vindo de dentro da casa da fazenda que pertencera aos pais de Lissa antes da morte deles. Ela apertou o braço ao redor dos meus ombros, me puxando para mais perto dela. Os pássaros cantavam alto ali, e eu só conseguia me sentir entregue e divertida com aquilo. Em casa eu não conseguia escutar muitos pássaros cantando, nem o sol invadindo meus poros, enquanto fumava um cigarro. Aquilo era paz!

Lissa era uma velha amiga da época do estágio. Quando Christian e eu terminamos, eu mudei de faculdade assim que minha mãe recebeu uma proposta de trabalho em Montana. E por mais que eu adorasse a vida na Pensilvânia, eu não conseguia viver mais ali. Cada pequeno detalhe sobre ele havia me adoecido como o inferno. E então, eu conheci Lissa. Erámos inseparáveis no final do curso. Lissa havia se dedicado em se especializar em Biomedicina, enquanto eu permaneci na minha área de Biologia. E com tudo agindo da forma certa, assim que saí da faculdade eu me alojei no Alasca.

Não era meu principal sonho partir para lá, mas minha mãe e Peter enfim deram certo, o que me deu flexibilidade para me mudar para outro estado. Era um bom emprego, eu conseguia lidar bem com os estudos lá e ainda tinha ótimos parceiros. O fato de eu estar sempre viajando me permitia nunca me prender a relacionamentos. Cumprindo minha promessa de nunca mais estar envolvida emocionalmente com mais ninguém. E tinha funcionado muito bem, até agora.

– Para onde você está me levando? – perguntei, extremamente curiosa, pisando de forma cuidadosa com meu salto de floco de neve, que combinava com o vestido curto e justo de alça, preto. Por mais brega que pudesse ser, eu o havia comprado no Alasca, justamente para esta viagem, além de achar ele fofo, me lembrava muito uma personagem de uma série que havia usado um como aquele, em um casamento.

Lissa havia enchido minha mente sobre como ela queria que eu conhecesse seu novo namorado, agora noivo. E eu só ignorava todas as suas mensagens, nunca dando espaço para ela comentar sobre ele. Sempre muito ocupada.

E eu podia ser considerada a pior amiga do ano, eu sabia. Eu a amava, mas eu só queria estar longe de todo romance. Eu não era mais o tipo de pessoa que estava por dentro de um romance e drama. Não mais. Eu só queria ser como a Samantha de Sexy &The City.

– Eu quero que conheça uma pessoa. – ela disse, totalmente animada em seu vestido amarelo champanhe. Seu cabelo era longo e loiro, caia como cascatas sobre seus ombros e costas, como um anjo. Ela era alta e imponente como um, mas não de forma assustadora. Lissa era perfeita.

Eu revirei os olhos, imaginando se seria algum tipo de piada. O último cara que Lissa havia tentado me apresentar havia fugido de mim.

– Não me arranje mais psicopatas, por favor. – eu disse, diplomaticamente. Ela gargalhou de forma divertida, lembrando uma verdadeira mulher troféu, como se fosse uma piada, o que, definitivamente, não foi. Eu lancei meu melhor olhar, aquele que avisava a ela que não se tratava de uma piada, mas ela ignorou. Ela sempre ignorava.

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