2. Quando conheci você...

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Eu acordei na manhã seguinte, me sentindo um caco.

Eu não havia ficado muito tempo na festa noite passada após Christian ir embora, mas também... Eu não consegui deixar de levar Meredith para seu dormitório, após o Bob tentar agarrá-la em uma das mesas de jogos da casa.

Ela parecia querer se esconder do mundo após isso, o que eu entendia completamente. Eu só não queria sofrer junto a ela por isso, principalmente, quando ela estava me evitando o máximo possível. Nos encontramos na porta da sala de aula, com um aceno de cabeça e passos rápidos — e naquela hora eu soube que ela odiava a ideia de estudarmos na mesma sala. Ela se sentou no canto mais afastado, após as muitas mesas e degraus.

E eu juntei meu material, — o que vinha a ser uma caneta e um caderno para anotações — me preparando para a aula, sentada no meio da sala, o mais próximo possível do quadro, mas não o suficiente para me tornar alvo dos professores durante todo o semestre. E enquanto eu anotava sobre a matéria, eu senti alguém se sentar ao meu lado.

– Hey. Pode me emprestar uma caneta? – a pessoa perguntou, e eu me virei para ver Christian. Ele sorria de forma convincente, como se aquela fosse a sua primeira vitória do dia, e eu retribuí o sorriso, porém não da mesma forma.

– Hey! – Exclamei, o mais animada que consegui.

– Eu espero que não esteja isolada novamente. – comentou ele, se aproximando da minha mesa, apoiando seu braço sobre esta. Eu sorri ainda mais. – Sabe... O primeiro dia é sempre importante para se misturar.

– Acredito... – assenti, ainda sorrindo, voltando minha atenção ao professor em frente, onde preparava seu material para a aula. – Você está tentando fazer isso, uh?

Christian gargalhou com desdém, o que me fez corar. Eu havia dito algo idiota? Provavelmente.

– Não. Eu não gosto de me misturar. Daqui a alguns anos, eu não vou nem mais me lembrar de boa parte das pessoas daqui, e provavelmente, os que eu vou me lembrar, irei rir deles. – comentou de forma arrogante.

Christian usava uma camisa de mangas compridas, preta e jeans escuro. Seu cabelo negro bagunçado. Ele parecia uma bagunça organizada, mas não do tipo que passou horas na frente do espelho para ter aquele visual. Parecia só natural. Ele cheirava a sabonete e pós barba.

– Whoa! – exclamei com falsa surpresa, olhando em sua direção. – Você é muito legal após uma noite de bebedeira.

– Eu sei. – ele enrugou o nariz, fazendo-o me lembrar um felino. Eu apenas senti um pequeno e estúpido, devo admitir, sorriso nascer. O som da voz do professor me puxou dos meus devaneios.

– Eu espero que estejam ao lado de alguém que goste! Porque, até o final desse semestre, esta pessoa será sua parceira! – a voz grave soou, nos viramos, encarando o homem, e de repente, eu me senti corada demais para dizer qualquer coisa. Parecia que eu havia sido pega no flagra.

– Eu espero que você goste de mim como parceiro, Rose. – ele sussurrou, sua respiração próxima à minha orelha, sua voz rouca. Eu senti meu coração acelerar, assim como corar ainda mais. E tentando ignorar sua fala, eu apenas tentei me concentrar na aula, embora sua presença fosse sentida por mim, a cada pequeno movimento.

Eu senti um pedaço de papel ser empurrado em minha direção, enquanto eu copiava o assunto do quadro. Eu o peguei, cuidadosamente, lendo-o:

"Adoro quando você fica vermelha. O problema é que fica realmente bonita assim."

Com Amor, Rose...Onde histórias criam vida. Descubra agora