9. Quando a neve caia lá fora...

32 6 0
                                    

Christian levou nossas malas para dentro da casa, alegando não precisar de ajuda. Ainda que talvez precisasse. Assim que as colocou no chão, próximo ao corredor, voltou-se para sua tia, Natasha Ozera. Ela era como ele, cabelos escuros, olhos azuis pálidos, diferenciando-se por uma cicatriz na bochecha à cima, pela lateral do rosto, na qual, Christian havia me contado certa vez, ter sido causada pelo acidente de carro que matou seus pais, quando criança. Ela o abraçou com força, como uma mãe ao ver o filho após muitos anos. E em seguida, me abraçou.

– Oh, Rose! É tão bom enfim conhecer você. Christian não parou de falar em você os últimos dias que esteve em casa. – ela comentou, ainda me abraçando. Christian corou levemente, enquanto pegava de volta as malas do chão.

– Você não precisa contar isso a ela, na minha frente, tia. – ele resmungou, fazendo Tasha e eu rirmos.

– Oh, por favor... Acomode-se. – disse Tasha, apontando para dentro da bela casa. Ela então parou, como uma notável dona de casa em um filme, um pano de prato sobre o ombro e um avental branco de babado. Eu apostava que Chris ficaria lindo nele. – Eu não pude preparar um quarto para você, já que uma prima nossa e seu marido virão para essa ceia, mas como você e Christian namoram, não vejo problema de dormirem juntos.

Eu ruborizei suavemente. Ainda que eu soubesse que ele não me faria nada, o que eu não quisesse, eu não conseguia não pensar na última vez em que estivemos juntos, dormindo juntos. Mas eu sorri, ao perceber que Tasha me analisava, aguardando minha resposta. Eu sorri, educada, agradecendo.

– Mostre o quarto a ela, querido. – ela ordenou à Christian, que assentiu, seguindo pelo corredor, arrastando nossas malas. Eu apanhei uma delas, arrastando-a atrás de Chris.

– Por aqui, Rose. – ele disse, por cima do ombro, eu o segui. Pela casa, eu pude notar os quadros de fotos pendurados nas paredes verde e cinza. Christian pequeno, outras pessoas que acreditei serem seus pais, e mais outras. Chegamos ao final do corredor, entrando através de uma porta branca. Dentro, havia o quarto de paredes azuis, repletas de réplicas de carrinhos de corrida. Christian sorriu para mim. – Nada mal, uh?

– Nada que eu já não esperasse de você. – eu sorri, zombando.

– Há, há! – ele ironizou, deixando as malas no chão e se aproximando, me abraçando por trás, enquanto eu lia os títulos dos livros sobre as prateleiras ali. Seus dedos afastaram o cabelo do meu ombro, colocando a massa castanha do outro lado, ele depositou os lábios ali, pequenos beijos quentes, dentes arranhando. Fazendo a pele se arrepiar.

– Christian... – sussurrei, de olhos fechados. Mesmo que eu não quisesse, eu sempre acabaria me lembrando de como havia sido a última vez na qual estivermos sozinhos.

– Eu sei... – ele sussurrou, sua voz carregada, enquanto ele tirava minha jaqueta, beijando mais do meu ombro, e em seguida, abaixava a alça fina da minha blusa. Eu senti minha cabeça inclinada para o lado, dando mais espaço para ele beijar a pele exposta. Suas mãos apertaram minha cintura firmemente, me fazendo soltar um suspiro alto.

Seus lábios subiram do meu pescoço até minha mandíbula, beijando por onde passava. E ao chegar ao meu ouvido, ele parou.

– Eu amo você, Rose... – sussurrou, fazendo meus joelhos quase cederem. Eu senti meus olhos arderem. De todos os momentos em que dissemos em tom de brincadeira, nada se comparava a seriedade dos seus olhos e a forma como meu coração palpitou naquele instante. Eu queria ter qualquer coisa que eu pudesse descrever... Mas nenhuma delas chegaria perto do sentimento que me invadiu naquele instante. Por mais que eu adorasse a forma como ele me olhava quando erámos nós dois ou quando estávamos íntimos. Nada se comparava aquilo. Dizer em voz alta e eu sabia que Chris vinha planejando dizer aquilo há muito tempo, acordado, quero dizer.

Com Amor, Rose...Onde histórias criam vida. Descubra agora