Cap.7

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Estava atarde, o ar batia em meu rosto e meu cabelo chicoteava ao vento. Fim de tarde era ótimo e principalmente fazendo um piquenique, pena que estávamos com a família de Guilherme no piquenique e aquele idiota não parava de me encarar.

- Então, oque rolou entre você é o galã ali ? - Falou Sophie em meu ouvido.

- Nada. Porque a pergunta ? - me fiz de tonta

- Vocês viviam juntos, desde que ele chegou aqui vocês não se separam. Parecem chiclete. - ela sorriu

- Você tá exagerando.

- Jura ? A cara dele já diz tudo, algo entre vocês aconteceu.

- Não aconteceu nada, você que tá com essas loucuras.

- Aham...sei - ela depois de falar isso se afastou de mim.

Depois dessa conversa esquisita com minha irmã, me levantei da mesa e fui caminhar um pouco pela floresta. Estava precisando mesmo esquecer dele.

Parei em frente ao lago onde fui quase afogada, enquanto a luz do sol estivesse iluminando as águas as sereias não saem para superfície. Andei até perto da pedra e me sentei lá, achei umas folhinhas ao redor da pedra e fiquei rasgando elas por um bom tempo. Até que escuto uma voz...

- Achei você, Luh precisamos conversar.- não olhei para a cara dele, já sabia que era Guilherme e sinceramente, não tínhamos nada a falar.

- Vai embora. É a melhor coisa a se fazer. - escutei seu suspiro.

- Para com isso, vamos conversar. Sei que fui um idiota naquela hora, eu agi por impulso ! - sorri com deboche.

- E quem garante que você não está fazendo a mesma coisa agora ? Sério me deixa em paz !

- Não, só saio daqui quando você me escutar. - olhei pra ele, não queria escutar nada sobre o que aconteceu... não queria piorar as coisas. - pelo menos me escute...

- Estou escutando.

- Lu, aquilo foi um deslise, eu não sei o que me veio na cabeça aquele momento. Sinto muito, espero que isso não estrague nossa amizade.

- Um deslise ? Então me beijar foi um total deslise ? - ele me olhou e abaixou a cabeça.- eu entendi. Não precisa explicar.

Eu rapidamente me levantei da pedra e fui andando até o castelo novamente, estava farta. Só queria me afundar nos livros e talvez me permitir chorar um pouco.

°°°
Estava afundada no sofá da biblioteca, descalça com um grande pote de sorvete em minhas mãos. Pra mim a melhor forma de se acabar em sofrimento é lendo um ótimo livro e tomando uma grande quantidade de sorvete.

Como ele pôde dizer que foi um deslize ? Tá, eu sei,foi do nada. Mas não gostei de escutar aquelas palavras saindo da boca dele, foi como um tapa na minha cara.

Respirei fundo. É cedo demais pra ficar desse jeito por conta dele, idai se pra ele foi um deslize ? Pra mim também não importa, não posso deixar importar.

Decisão tomada, me levantei do sofá e deixei o livro na estante e subi para o meu quarto. Precisava tomar um banho pra relaxar. Toquei o sino que chama os criados e logo Marlie apareceu.

- A senhora precisa de algo ? - Falou ela entrando no meu quarto.

- Sim, você poderia encher minha banheira ?

- Claro senhora.

Após o banho, coloquei uma calça preta e uma blusa longa social. Pedi pra Marlie servir o meu jantar aqui em cima, já que provavelmente a família real de Constant ainda estaria lá embaixo.

- Aqui está senhora, aproveite seu jantar. - ela fez uma reverência e saiu andando.

Depois de alguns minutos sai para pegar o livro que estava lendo, em passos leves pra não chamar antenção. Quando estava voltando senti alguém segurando a manga da minha camisa.

- Sério que você vai ficar assim comigo?

- E como você quer que eu reaja ? Você me beija e agora fala que foi um erro ! Isso machuca sabia ? - Ele me olhou com melancólica

- Eu sei. Foi idiota da minha parte, sinto muito. Mas não quero ficar assim com você, não aguento Luh. - Confesso que senti uma pontada de tristeza mas também não queria ficar de mal com ele.

- Ok. Eu te perdoo. - ele abriu um sorriso - mas não faça isso novamente, entendeu ?

- Sim ! - ele me abraçou com toda força.

- Oque vamos fazer agora? - Ele me soltou

- Nossos pais estão discutindo sobre a invasão e minha irmã tá brincando com os seus irmãos.

- Quer ir andar de cavalo ? Meus pais não deixam quando estou só, mas como você vai estar comigo acho que a história muda. - Ele sorriu

- Claro, vamos andar de cavalo.

Fomos para o estábulo, estava uma noite fria mas nada que atrapalhasse nossa cavalgada. Eu adorava andar a cavalo, tudo parece mais vivo. Eu e o Guilherme pegamos um só cavalo, para ninguém sentir falta. Ele me ajudou a subir e logo agarrei em sua cintura, Guilherme deu dois toques no cavalo e ele começou a andar.

Cavalgamos por dentro da floresta e passamos a maior parte do tempo rindo e falando sobre as coisas que víamos por onde estávamos passando. Ficar com ele era maravilhoso, nunca achei que me divertiria tanto em uma noite.

Chegamos o mais cedo possível, para não acharem estranho. Pedimos para um criado guardar o cavalo e fomos pelas portas do fundo até meu quarto. Estávamos tão eufóricos que era impossível não notar a agitação. Quando chegamos, tranquei a porta do quarto e me joguei na cama, ele como um grande cavalheiro se sentou na pontinha do colchão.

- Adoro passar os dias com vc. - falou ele sorrindo.

- Eu também gosto, sua companhia é sempre bem vinda - sorri

- Acho que a batalha vai dar certo. - olhei pra ele confusa.

- Como assim? - Falei

- Nossos pais, estavam falando sobre uma guerra que pode ser impossível de evitar. Os humanos querem nossas terras e devemos nos preparar - olhei pra ele assutada - E parece que eu estarei junto nesta guerra.

- Pera, você vai lutar ? - falei totalmente confusa, mas acho que eu só não queria entender.

- Pelo visto sim. Vai ser bom, para mostrar a lealdade da coroa ao povo. - Quando as palavras saíram da boca dele, senti o medo nelas.

- E você não está preocupado?

- Não importa oque eu sinto, nessas horas só temos quem pensar em defender o reino Luh. - Fui mais para perto dele.

- Você sabe que não precisa parecer forte comigo não é? Pode tirar sua armadura. Entenderei tudo oque você me falar. - Foi como se uma trava de porta tivesse sido destrancada, ele mudou totalmente.

-Sim, eu pela primeira vez estou com medo. Mas prefiro fazer oque devo, não quero parecer fraco aos olhos de ninguém, muito menos de minha família. - cheguei mais perto dele e o abracei

- Não precisa fazer isso, vamos dar um jeito ok ? Eu vou tentar ajudar.

Ficamos abraçados por oque pareceram ser horas. Nem eu e nem ele nos mexemos, queria ficar nos braços dele pra sempre.

Eu tento ser durona, mas oque vou fazer ? Sim, eu acho que comecei a gostar desse idiota.

Olá leitores !
Quanto tempo não ? Sinto muito por não ter postado nada. Estava sem ideias. Espero que gostem deste capítulo.

Um beijo 💋

~ Autora  



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