Constelações

Passagens Secretas

Sirius havia terminado de pintar suas unhas de preto já fazia alguns minutos. O esmalte já tinha secado e ele havia gostado de como elas estavam. Ele tentou enrolar passando uma segunda camada, mas o silêncio constrangedor logo se instalou. Ele sabia que Remus havia terminado o livro que estava lendo, ele estava parado na mesma página do epílogo há alguns minutos. Ambos estavam evitando o fato de que eles não sabiam mais como agir um com o outro.

Sirius enfiou o pequeno frasco de esmalte em seu bolso e se levantou, tirando o livro das mãos de Remus.

— Sinceramente, às vezes você tem um desejo de morte. — Remus respondeu, apoiando a cabeça na poltrona onde ele estava sentado.

— Isso não é novidade nenhuma. Eu to cansado de ficar sentado enquanto o James e Peter estão em Hogsmeade, tá afim de sair por aí?

— Qual a sua definição de sair por aí?— Remus perguntou, já se levantando, também cansado de perder seu tempo no salão comunal em um sábado.

Sirius tirou o mapa do maroto de seu bolso e sorriu, girando o pergaminho vazio em seus dedos. Remus mordeu o próprio lábio, sabendo o que Sirius estava pensando.

— Eu acho que já faz um tempinho que nós não o atualizamos, huh?— Sirius piscou.

— Eu acho que você está certo. — Remus corou.

— Você?! Dizendo que eu tô certo!— Remus revirou os olhos quando Sirius falou.

— Retiro tudo que eu disse. — Remus tomou o mapa da mão e puxou Sirius pelo braço pra fora do cômodo. Eles pararam do lado de fora, na frente da mulher gorda, olhando as escadas se movimentando.

— Tão rabugento. Alguma ideia de onde podemos começar?

— Eu tenho uma teoria já faz um tempo... Eu acredito que as sete passagens para fora de Hogwarts que nós achamos são todas, porém, eu sei que existem passagens para outros lugares do castelo.

— E como você sabe isso? — Sirius arqueou a sobrancelha.

— O Filch. Ele sempre chega em todos lugares rapidamente e não tem que ficar pegando essas malditas escadas. É como a passagem do quadro de frutas para a cozinha, com certeza existem várias.

— Faz bastante sentido, na verdade. Você é inteligente, Moony.

— Um de nós tem que ser. — Remus disse, não conseguindo segurar um sorriso. Ele apontou a varinha para o mapa e fez o feitiço para ver os nomes pelo castelo.

— Você é cruel. — Sirius olhou o mapa, e apontou rapidamente quando ele achou o nome do zelador de Hogwarts. — Ali! Segundo andar!

—

Sirius e Remus estavam escondidos atrás de um pilar. Remus estava de olho no mapa e no corredor a sua frente, a sua direita estava a porta da sala de feitiços, e a suas costas estava o banheiro dos monitores.

— Tem certeza que isso vai dar certo?

— Shhh!— Remus bateu com o mapa na cabeça do garoto ao seu lado e voltou a olhar para frente, observando Filch. Sirius resmungou e cerrou os olhos, encarando Madame Norra. Aquela gata o odiava, ele tinha certeza.

O movimento foi tão rápido que Remus quase não conseguiu entender, o zelador esticou a mão e apertou um tijolo de parede. De primeira, parecia que nada havia acontecido, porém os tijolos começaram a se mover, revelando uma passagem na parede, Sirius fez um barulho surpreso e Remus colocou sua mão na frente da boca do garoto, evitando que ele fizesse mais barulhos. Madame Norra miou, tentando chamar a atenção de seu dono, porém Filch a ignorou e logo ambos entraram na passagem. Sirius lambeu a palma de Remus e o loiro o soltou, xingando e esfregando a palma nas roupas de Sirius.