Constelações

A Residência Lupin

Remus mordeu seu lábio para não xingar. O que caralhos eles estavam fazendo aqui? Como eles o encontraram? Debaixo dos olhos de Sirius haviam meias luas roxas por falta de sono.

— Remus? — James perguntou, confuso com a cena.

— Uh... — Ele coçou a nuca, desconfortável com a situação e olhou deles até Isaac. — Oi.

— Quem é esse? — Sirius deu um passo pra dentro, demonstrando a raiva em sua voz.

Remus engoliu em seco.

— O dono desse apartamento, o que vocês estão fazendo aqui? — Remus devolveu, nervoso.

— Vindo atrás de você, mas está claro que você está bem ocupado.

— Sirius... — James alertou, segurando o braço do amigo.

Remus olhou pro Isaac, perdido no que fazer.

— Cara, eu não sei quem são vocês, mas vocês não vão tratar o Remus na minha casa assim não. — Isaac avisou, franzindo o cenho. — Você quer que eu os chute daqui?

— Não! Não... Eu... Tudo bem se eu conversar com eles aqui na sala?

— Uhum... Tá suave. — Ele apertou o ombro de Remus. — Vou estar no meu quarto, me chame se precisar, eu ainda sei socar.

Remus sorriu fraco pro Isaac em agradecimento e logo ele estava sozinho com os dois marotos na sala. Ele olhou para ambos. Eles pareciam cansados.

— O que vocês estão fazendo aqui? E como me acharam?

— Era o que eu deveria estar perguntando! Você não foi pro natal, não respondeu minha carta, e sua mãe mandou uma carta perguntando se você estava com a gente! E você estava aqui sendo...

— Sirius. — James cortou o amigo, antes que ele pudesse se arrepender do que ele ia falar. Ele suspirou. — A gente ficou preocupado, você não estava com sua família, nem com a gente... Meu pai fez um feitiço localizador e o Pads seguiu seu cheiro pra achar o apartamento certo, o olfato de cachorro funciona às vezes.

— Eu estou bem. — Remus se abraçou, acariciando seus braços.— Ficando na casa do Isaac, meu amigo.

Sirius estava andando de um lado pro outro, olhando o lugar e fazendo caretas. Ele pegou a carta em cima da mesa.

— Você ao menos leu a minha carta?!

Remus encolheu os ombros.

— Eu estava ocupado.

— É, eu consigo ver isso.

Remus fechou os olhos, sentindo seu peito doer. Ele não havia contado para James que ele era gay. Ele não sabia se Sirius havia contado do que eles haviam feito. Ele estava se sentindo vulnerável e ele odiava isso. Ele respirou fundo e tirou a carta das mãos de Sirius.

— Você não vai me tratar assim! Se já não basta ter soltado um segredo meu, e estar prestes de passar para o segundo, imagino o que mais você espalha por aí de mim. — Sirius franziu o cenho, mas abaixou um pouco a própria guarda, ele mudou o peso de um pé pro outro e olhou para James por uns segundos.

— Desculpa. Eu só... A gente estava preocupado e você estava... Se divertindo.

— Não que eu lhe deva explicações, mas para sua informação, eu saí para uma festa com o Isaac e uma amiga. — Ele guardou a carta em seu bolso da calça e suspirou. — Você está desculpado.

James parecia um pouco confuso. Então Sirius não contou, pensou Remus.

— Está tudo bem? Por favor não se matem, é natal. — James disse, pousando uma mão no ombro de Remus, e a outra no de Sirius.