Capítulo 03 DEGUSTAÇÃO

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SETE ANOS DEPOIS

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SETE ANOS DEPOIS... Dias atuais...

Ando pela sala e sigo até a cozinha, abro a geladeira e posso a mão nas três garrafas na porta, pego a garrafa média pois sei que é a garrafa de suco, fecho a geladeira novamente e vou até pia pegar um copo. Preciso sair logo de casa, já era para eu estar na floricultura e Lua deve estar me esperando.

Depois de beber o meu suco de manga eu guardo novamente a garrafa na geladeira, volto até a sala contando mentalmente os passos até a estante, onde deixei a minha bolsa no lugar de sempre.

A minha vida não tem sido fácil, já faz sete anos que vivo nessa escuridão, sete anos que perdi os meus pais e aprendi a viver apenas com as lembranças boas que guardo deles.

Os médicos ainda não descobriram o motivo da minha cegueira, tudo parece um mistério que ninguém consegue desvendar, a cinco anos atrás me falaram de uma cirurgia para devolver a visão, um chip que seria implantado em uma parte do cérebro e uma lente que funciona como uma microcâmera enviaria as imagens para esse chip, eu poderia enxergar de novo se essa cirurgia não fosse tão cara, cento e setenta mil dólares, um absurdo de tão caro e eu não conseguiria pagar nem que fosse a metade desse valor,, além domas não se sabe a causa da minha cegueira, até cheguei a conversar com alguns bancos para um possível empréstimo para um tratamento ou uma cirurgia fora do país, mas de todos eles eu ouvi a mesma resposta, eu não tenho direito a pegar um empréstimo tão alto, no máximo eu conseguiria vinte mil dólares, o que eu vou fazer com vinte mil dólares? Só me resta aceitar que não vou mais enxergar e conviver com isso.

Pego a minha bengala guia dobrável e saio de casa fechando a porta na chave, seguro o corrimão que foi posto para a minha adaptação e desço alguns poucos degraus da varanda até o portão, no começo eu caía tanto dessa escada, ela é pequena, mas tem degraus o suficiente para eu me esborrachar no chão, já perdi as contas de quantas vezes eu caí dela, quase quebrei a minha perna outra vez mas graças a Deus, não aconteceu nada grave comigo.

Saio pelo portão e sigo até o ponto de ônibus, já está quase na hora dele passar, como sei disso, Lua colocou o meu relógio para despertar quinze minutos antes do horário do ônibus, e como me atrasei um pouco, ou ele já passou ou vai passar logo.

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