Capítulo 6

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Capitulo seis

Eu esqueci que eu era uma vadia ruim, trágica

Quebrando todas as regras porque eram apenas hábitos

Cinderela está morta agora, caixão

Você pensou que o sapato se encaixava, mas eu

Eu esqueci que eu era uma vadia ruim

CINDERELLA'S DEAD­_EMELINE

Evangeline

Não sei dizer se foi o cansaço físico ou mental da noite passada, mas eu não dormi. Eu capotei.

Desconheço por quanto tempo exatamente, mas com certeza foi muito.

Só acordei por causa de um barulho irritante na porta, que fui obrigada a abrir para cessar o som.

Matteo nem esperou eu falar algo antes de sair entrando, segurando uma porrada de coisas.

Olhei para o cara alto que estava na soleira parecendo uma estátua.

– Quem é a estátua ali? – Perguntei para Matteo, apontando para o cara, que nem ao menos piscou.

– Soldado Ricci, está aí desde de ontem. – Respondeu me dispensando com um gesto de mão.

– Quanta confiança hein – Digo sarcasticamente, batendo a porta na cara do soldado sei lá quem.

– Tem um cara meio louco que gosta de tentar matar pessoas por aí sabe. Principalmente se for explodindo elas. – Se refere a Mattia.

Dou de ombros, afinal de contas é verdade.

Matteo me contou no caminho para cá, da tentativa do meu pai de matar eles.

Vou até as sacolas que ele deixou sobre o balcão da pequena cozinha.

– Por que está mancando? – Pergunta, olhando para meu tornozelo.

Minha mente leva alguns segundos para processar a pergunta.

– Caí ontem. Nada demais. – Minto.

Ele olha para mim cético.

– Como alguém um tanto quanto experiente em contusões, não acho que seja "nada demais". – Faz aspas no ar.

– O que tem aqui? – Remexo na sacola, mudando de assunto.

– Sai daí e senta naquele sofá – Me empurra, delicadamente, para fora da cozinha.

– Nem fodendo... – Tento impedir Matteo, mas ele me tira de lá mesmo assim.

– Você não vai servir de nada se estiver morta. – Diz, sarcástico.

Reviro os olhos.

Sento-me no sofá e o observo guardar os alimentos na geladeira.

– Por que está fazendo isso? – Pergunto subitamente.

– Te trazendo comida? – Sorri, como se fosse obvio. – Para que não morra de fome, é lógico!

– Sabe que não estou falando da comida.

Ele para o que está fazendo. Encosta na bancada da cozinha, cruza os braços e me encara, agora sério.

– Você não é seu pai. Ele é um filho da puta, e juro por minha vida que irei mata-lo, mas você... – Sorri, zombeteiro. – Vamos dizer que ainda não decidi. Mas ter salvo a vida de Catarina significou muito. Então por que não te dar o benefício da dúvida?

– Não a ajudei para ganhar a confiança de vocês. Só... me pareceu certo no momento.

– Eu acredito. Não tinha como você saber que eu iria traze-la para cá e que ter salvo a vida dela, seria o motivo impediria meu irmão de te matar imediatamente — Dá de ombros — Acredito que esteja falando a verdade, quando diz que quer ajudar.

SartariOnde histórias criam vida. Descubra agora