Capítulo 3

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Capítulo três

Não vai nos ver chegando

Fora da porta antes mesmo de você piscar

Algo tão frio-sangue

Com um profundo instinto assassino

WOLVES_SAM TINNESZ

Evangeline

O bom de ter agir como o chaveirinho daqueles homens, e ser obrigada a me manter calada, era poder analisar as reações de cada um naquele lugar.

Eu acompanhava a troca de farpas entre o meu pai e Don Romeo de camarote.

Mattia arrogante como sempre, não perdendo a oportunidade de lembra-lo que matou o antigo Don da Sicília.

Romeo agia como se fosse o dono do lugar. Se sentava como se fosse o próprio o rei. E o desinteresse em cada uma de suas frases, só corroboravam para o papel.

Me pergunto como meu pai o chama de garoto.

O cara deve ter uns bons 1,80 de altura, e é coberto de tatuagens.

E quando digo coberto, é tipo coberto mesmo.

Ele veste um terno preto e uma camisa branca, e cada pedacinho de pele que está a mostra tem uma tatuagem, com exceção do rosto.

Quando olho para seu cabelo, tenho que admitir que me senti até mal por não ter voltado e arrumado o meu melhor, pois não tinha um fio fora do lugar.

Viro-me para o meu lado direito e há uma cadeira vazia e logo após está sentado o homem que creio ser Matteo, o Consigliere do Don Romeo.

Não tenho certeza já que ninguém fez o favor de se apresentar.

Ele é o total oposto do irmão. Sem tatuagens, pelo menos não alguma que dê para ver.

E os tornam mais diferentes são os cabelos loiros. Assim como os da irmã, ocupa o lugar a sua frente.

O rapaz nota que o observo sorri, mais não é um sorriso do tipo feliz, a algo de assustador no cara, mesmo aparentando ser tão jovem.

Desvio o olhar.

– Irmão? – Chama, a garota de cabelo loiro, Don Romeo. Que a olha com nítido carinho – se me der licença, irei ao bagni.

O irmão acena confirmando.

– Acompanhe-a Filippo.

– Sim, senhor. – O grandão próximo a janela responde.

Romeo os acompanha com o olhar até que passam pela porta e desaparecem.

– Preciso que permita que alguns de meus homens busquem os carregamentos que chegaram pela costa da Sicília. – Mattia fala como se não fosse nada demais.

Já me preparo para o grito que virá de Don Romeo.

– Não aceito nenhum dos seus homens em meu território, se acha que vai fazer da Sicília uma nova Calábria está engando. Se quer traficar pessoas, estou pouco me fodendo, mas não irei facilitar isso para você de maneira alguma. – Grita Don Romeo.

Reviro os olhos para o pedido do meu pai.

– É claro que ele não iria aceitar, seria burrice.

Percebo que isso não foi dito somente em minha mente quando todos os olhos da mesa se fixam mim.

Puta que me pariu.

Por uns segundos de minha mente me mostra o exato lugar que o qual serei levada por abrir a boca.

SartariOnde histórias criam vida. Descubra agora