Capítulo 5

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Capítulo cinco

Insano, por dentro, o perigo me deixa louco

Não consigo me ajudar, tenho segredos que não posso dizer

Eu amo o cheiro da gasolina

Eu acendo o fósforo para saborear o calor

PLAY WITH FIRE_SAM TINNESSZ

Evangeline

Tenho que dizer que o Don ficou bem interessado na minha proposta.

Eu poderia somente lhe dar as repostas que pede? Sim.

Ele mataria todos aqueles filhos da puta e eu poderia sumir do mapa com a consciência limpa por finalmente ter feito algo para ajudar, mas quem garante que sairei viva daquele galpão se lhe disser o que sei?

Aproveito a oportunidade que tenho em mãos, e talvez a única que eu vá ter.

– E por que eu deveria acreditar em alguma palavra que sai da sua boca? – Indaga Romeo.

– Se não acredita no que digo, por qual motivo se deu ao trabalho de perguntar? – É nítido a raiva dele pela minha resposta. Continuo. – Se quer saber a minha opinião, acho que se soubesse como fazer isso sozinho já tinha feito antes.

Matteo ri do outro lado da sala, mas cala-se assim que o irmão o encara como se dissesse que iria mata-lo por aquilo depois.

Romeo me olha com desgosto e incredulidade.

– Acho que a preferia calada – Rosna e eu sorrio – E eu posso simplesmente lidar com o Don, como minha família vem fazendo a décadas. Ou eu poderia simplesmente mata-lo – Afirma, enfático – Se ele conseguiu matar meu pai, é totalmente possível para mim como Don mata-lo também. Mas eu quero mais que isso.

Se levanta e começa a anda ao meu redor lentamente.

– E mais cedo ou mais tarde irei conseguir o que eu quero. Eu sempre consigo. Mas diga-me, o que você fará se eu a matar agora? Por que eu tenho outros meios de conseguir o que eu quero e você?

Não me permito demonstrar insegurança.

– Ah Don Romeo, eu esperava mais de um homem como você. – Sorrio, ao notar a sua raiva visível, por minha insolência – Vai matar a sua maior fonte de informações? Por que esperar o "mais tarde" se pode agir agora? – Me inclino para próximo dele, o máximo que a corda traspassada no meu peito permite, e declaro. – E diga-me, quem saberá te informar até as entradas e saídas secretas do lugar.

Romeo para de frente para mim, com os braços cruzados, e me analisa.

O homem dá um baita medo. Agora que estou próxima é possível ver, com certa nitidez, as palavras escritas nas mãos. Mas, o que chama a minha atenção é o símbolo vermelho do brasão da família tatuado no pescoço.

Todos da famiglia Sartari tem a tatuagem com a insígnia dos Sartari de Vicenza.

Romeo é um daqueles homens que se você encontra na rua, troca de lado e torce para que ele nem olhe para você.

Ao mesmo tempo que a elegância do terno, o cabelo extremamente bem penteado, o relógio caro, que deve valer um carro, e o sapato - que brilha mais que meu cabelo-, faz com que você não queira desviar os olhos dele.

A feição severa que me encara, faz com que eu queira sair dali gritando.

Mas os olhos azuis – que mais parecem dias em que o céu azul disputa com as tempestades – Transmitem algo de reconfortante neles.

Como se disse que há algo a mais ali, mesmo que não pareça.

– Por que quer fazer isso? – Pergunta o Don.

SartariOnde histórias criam vida. Descubra agora