Capítulo 11

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Capítulo onze

Por que estamos sempre presos e fugindo
Das balas?
Das balas

Apenas pare de chorar
É um sinal dos tempos
Temos que sair daqui

Eles me disseram que o fim está próximo

SIGN OF THE TIMES­_HARRY STYLES

Evangeline

Caminho devagar pelo corredor escuro e ouço bem baixinho os murmúrios delas ao longe. Se eu tivesse coragem de assistir filmes de terror, teria certeza que certeza que se passaria em um local como esse.

Dizem que quando as pessoas passam por alguma situação traumática esquecem os detalhes do ocorrido. Na verdade, comigo aconteceu ao contrário, lembro-me de cada rosto, cada porta e corredor pelo qual passei.

Uso o conhecimento adquirido para me guiar pela penumbra, aquele lugar fede tanto que sou obrigada a cobrir a boca e o nariz, para não vomitar.

O corredor é longo, porém apertado, tem várias portas de madeira velhas, que lembram celas.

O lugar todo é como se fosse um labirinto sob a mansão, lembra uma espécie de catacumbas, com entradas e saídas secretas.

Acredito que um dia isso aqui foi um calabouço.

A casa foi construída pelos Ferraro a cerca de 300 anos, um povo de origem grega que vieram buscar uma vida melhor, só que conquistando isso com os piores métodos possíveis, então pode ter sido usada para castigar pessoas que desobedeciam meus antepassados.

A famiglia Ferraro, enquanto associação criminosa, só surgiu na década de 1860, porém as atrocidades infringidas por eles já estavam presentes na região muito antes dessa data.

Tenho nojo de pensar quanta merda, o meu nome sujo carrega.

Sigo caminhando e tentando fazer o máximo de silêncio possível. Não sei ao certo o que vim fazer aqui, mas uma vontade imensa de fazer algo tomou conta de mim.

Não me importa se eu morrer tentando, seria por uma causa nobre.

As portas estão todas trancadas conforme passo por elas, ou melhor, quase todas.

Uma está aberta e é possível um choro, um pouco mais alto que os outros, vindo dela.

Me esgueiro por ela e encontro uma garota magra, com as roupas rasgadas, e o corpo ainda mais machucado que o meu, encolhida no chão do canto daquela sala com pouca iluminação.

A menina me observa com os olhos arregalados e se encolhe mais.

Meu deus, ela está com medo de mim!

– Não vou fazer nada com você – A tranquilizo, sem saber se ela entende meu idioma – Eu quero ajudar.

Me aproximo devagar do corpo da jovem.

– Meu nome é Evangeline, mas pode me chamar de Evie – Sussurro – Eu vou te ajudar. Vou tirar você daqui. – Afirmo.

A garota, que deve ter a minha idade, uns 16 ou 17 anos, olha para mim e aquele olhar quebrado, me quebra de alguma forma também.

– Consegue ficar de pé? – Pergunto, e ela nega com a cabeça – Tudo bem, eu te ajudo. – Afirmo novamente.

Me abaixo e coloco o seu braço sobre os meus ombros.

– Se apoia em mim – Com muito esforço conseguimos ficar de pé – Agora vamos sair daqui.

Precisamos andar rápido, a qualquer momento meu pai ou algum soldado pode aparece, mas o corpo fragilizado da menina impede.

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⏰ Última atualização: May 31, 2022 ⏰

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