Conselho

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Sindel andava pelos corredores do palácio a procura de algo para se distrair, observava as estatuetas sobre algumas colunas, via os quadros de pintura a óleo que registravam as batalhas vencidas sobre outros reinos. Tentava de alguma forma esquecer Liu Kang, mas não conseguia, aquele olhar o cativara e ela não conseguia se libertar. Seus pensamentos foram interrompidos por Jade, que andava apressadamente pelo corredor onde a rainha estava indo em direção à lavanderia. Sindel a interceptou puxando-a pelo braço, Jade logo fitou sua majestade, com um olhar temeroso e triste. A rainha desconfiada perguntou:

— O que há com você, Jade?

Jade delicadamente soltou o seu braço da mão de Sindel e respondeu:

— Não é nada, majestade. Eu estou bem.

— Sempre a vi com olhos brilhantes, sorriso expressivo... Pela primeira vez lhe vejo assim desde que o meu reino se iniciou. Exijo que me conte o que está acontecendo.

Jade se sentiu intimidada pela exigência da rainha e respondeu sem olhar em seus olhos:

— Eu e Kitana tivemos uma pequena discussão, mas é uma bobagem, logo passa.

— Ah sim – disse Sindel cruzando os braços – espero muito que vocês continuem sendo amigas. Acho a amizade de vocês muito bonita e não quero que terminem por uma discussão boba.

— Obrigada, majestade – disse Jade insistindo em olhar para o chão.

Sindel se sentiu um pouco incomodada com o gesto da jovem, levantou a cabeça dela pelo queixo e disse:

— Não precisa ter medo de voltar o olhar para mim. Quero ser sua amiga se assim permitir.

Jade deu um sorriso tímido, não esperava que a rainha falasse tal coisa. Respondeu sem jeito:

— É uma honra, majestade. Não mereço sua amizade, apenas... Suas ordens.

— Se você é amiga de Kitana, é minha amiga também.

— Como quiser, majestade.

Assim que disse isso, Jade fez reverência e continuou seu caminho para a lavanderia. Sindel ficou a observa-la, queria contar a alguém sobre aquela angústia que estava sentindo, aquele sentimento proibido que teimava se instalar em seu coração. Pensou em ir até Kitana perguntar o motivo da peleja, mas desistiu logo da ideia e resolveu ir para a sua alcova. Chegando lá olhou no espelho e começou a dizer para si mesmo: "Se eu conversasse com Liu Kang sobre isso, será que ele acharia besteira e debocharia da minha cara?" "Não custa tentar." Pegou um papel e começou a escrever um bilhete para ele ir até o palácio, pensou num bom pretexto e escreveu no papel, selou com o carimbo real e escreveu: Aos cuidados de Liu Kang. Chamou um dos mensageiros reais e disse a ele:

— Vá à academia Wu Shi e entregue esse recado direto para Liu Kang.

— É de caráter urgente, majestade? – perguntou o mensageiro.

— Sim. Agora vá, não espere resposta, apenas entregue esse papel nas mãos dele.

— Certo, majestade! – disse o mensageiro que pegou o bilhete, fez reverência e saiu da presença da rainha.

Sindel pediu para que o mensageiro não esperasse resposta para deixar o shaolin mais ansioso, caso sentisse o mesmo pela rainha.

(...)

Liu Kang treinava dois jovens em uma sala quando foi interrompido por um dos estudantes que entrou na sala. O shaolin se irritou e disse:

— Por que você está interrompendo o treino de seus colegas?

O Crime da RainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora