Capítulo 4

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Angelina

Me olho no espelho e Sthefany assovia segurando meus ombros.
— Meu Deus que mulherão!
— Nem tanto assim. —Digo a elas, porém ao me olhar no espelho me sinto realmente uma mulher. 
—  Precisamos de um nome para ela agora. — Jana diz me fitando e coçando o queixo.
— Ela tem carinha de virgem, os homens vão ficar loucos. — Marluce diz encostada no batente da porta.
— Angelina, Angel ... carinha de anjo. é isso! Angel! — Jana bate palmas e todas as meninas sorriem para mim
— Gostei.
Depois de todas as meninas arrumadas e algumas instruções nós descemos e encontramos a boate já lotada. A música tocava em par com as luzes coloridas, sigo Tetê que está vestida com uma roupa de espanhola e todas nós estamos mascaradas.
Encostamos no bar e logo somos atendidas. Por mais que eu não fosse mais a lugares como aquele a batida da música me contagia de uma forma que não sabia explicar, pego uma bebida e viro de uma vez sentindo o líquido rasgar minha garganta. Eu me sentia bonita, apesar de pouco confortável, naqueles lindos saltos, mas isso não podia me atrapalhar eu tinha que conseguir o dinheiro, mais cedo antes de vir pra cá eu havia passado no hospital e autorizado o Dr Miguel a começar o tratamento de minha mãe, então mesmo que eu quisesse muito sair daqui e meu estomago estivesse dando voltas eu tinha que manter esse disfarce todo, e acima de tudo essa peruca preta e mascara no lugar.
E então comecei a andar pelo salão. Tete, discretamente ia me mostrando alguns clientes habituais, os quais tinham mais dinheiro, e do que eles gostavam, confesso que senti nojo de algumas peculiaridades. Já haviam se passado duas horas desde o começo de meu trabalho e eu não havia conseguido ainda escolher um homem naquele lugar. Resolvi tomar um drink, talvez isso me desse a coragem necessária, uma das meninas levantou-se rapidamente do bar com seu acompanhante esbarrando em mim, fazendo com que eu literalmente caísse no colo de alguém, me levantei e fui pedir desculpas, mas quando olhei nos olhos daquele homem, perdi a fala, era o Miguel, será que ele me reconheceria? Tive medo, o que eu diria? Mas ele estava visivelmente embriagado, e apenas sorriu, dizendo:
— Vai com calma chapeuzinho. — E eu meio que já conheço aquela voz.  Me   viro de repente e encontro aqueles olhos azuis muito perto e isso me assusta, Miguel estava ali e agora?
— Ir com calma?  não esta noite senhor lobo.
Ele se aproxima e eu dou dois passos para trás me desequilibrando e ele me puxa para si me deixando sentir seu hálito.  Miguel ali, daquele jeito não me lembra em nada o médico que conheci no hospital. Ele estava mais sedutor, eles tinham um sorriso de canto que me dizia que eu estaria encrencada se brincasse com fogo. E eu nunca tive tanta vontade de brincar com fogo assim em toda a minha vida.
— Com medo chapeuzinho? — Sua voz rouca e a proximidade de sua pele com a minha me faz arrepiar.
— Por que teria?   — Miguel toma um gole de sua bebida e dá um meio sorriso era bonito, mas ainda assim era um sorriso amargo.
— A vida é cheia de lobos maus chapeuzinho. Se eu fosse você teria cuidado.
— Eu sei me cuidar. Qual é o seu nome? — Eu quis saber.
— Meu nome é Miguel e o seu?
— Angel ... me chamo Angel.
— Huumm, Angel acho que está mais para diabinha do que anjinha na verdade.
—Isso você terá que tirar a prova dos nove. M I G U E L. — Sussurro em seu ouvido escutando o suspiro alto que ele dá e me viro para procurar Tetê, precisava sair de perto dele de alguma forma pois daqui a pouco seria descoberta.
Sinto alguém puxar o meu braço.
— Onde está indo chapeuzinho? Eu quero você hoje.
— Ainda bem que quem decide se quer ou não sou eu. — Solto sua mão do meu braço e vejo—o se afastar
Meu coração batia tão forte que parecia que sairia pela minha boca, ele não poderia me reconhecer aqui desse jeito.
— Espere Angel, apenas fique comigo essa noite prometo que não vou encostar me você sem seu consentimento. — Seus olhos azuis cintilavam sob as luzes da boate, como um homem podia ser tão bonito assim?
— Tudo bem. — Suspiro derrotada, mas não avance o sinal ok?
Ele se aproxima de meu ouvido me fazendo suspirar.
— Tudo o que você quiser, chapeuzinho. - Ele se aproxima e molha os lábios me fazendo salivar.
O que estava acontecendo comigo?  eu tinha que sair dali, ele poderia me reconhecer, mas eu estava me sentindo tão poderosa e segura atrás daquele disfarce que apenas me permiti ficar ali perto dele. Ele sorria e bebia seu Whisky, me dizendo que era médico que salvava vidas, mas quem salvaria a dele. Eu o ouvia pacientemente, dava minha opinião quando ele pedia. Ele dizia que não queria ser escolhido por nenhuma das garotas da Lux, que ele só havia ido ali para se distrair. E então no fim da noite me pagou pelo programa completo, mesmo tendo apenas conversado comigo. Despediu-se e foi embora.
—Tchau, chapeuzinho até quem sabe outra vez! — Ele  diz  me puxando pela cintura .
—Tchau, Senhor  lobo mau.
Então rimos e ele saiu pela porta da Lux.
Escuto a produtora dizer atrás de mim:
—Nada mal para um primeiro dia, programa completo, parabéns aqui está seu primeiro pagamento. Eu havia ganhado em uma noite o que levaria um mês para ganhar naquela espelunca que eu trabalhava. E a melhor parte foi apenas conversando, com aquele homem maravilhoso.
Miguel
Eram dez da manhã, eu abri os olhos novamente para ter certeza que eu estava em casa mesmo, havia duas semanas que eu quase não dormia em casa, e não sentia vontade de ficar em casa na realidade, Laura estava cada vez mais irritante, e eu só conseguia me perguntar como eu ainda continuava casado com ela durante esses cinco longos anos. Laura era de fato uma mulher linda, inteligente, médica também, nos conhecemos na faculdade, nos tornamos melhores amigos, éramos o casal perfeito para todos nossos amigos. E então decidimos nos casar porque nos amávamos demais, foi aí que esse amor começou a morrer, todo dia mais um pouco. E piorou quando ela engravidou, era uma gravidez complicada, um quadro familiar de pré Eclampsia a acompanhava, e mesmo eu sendo médico e ela também, nosso pequeno Lucas não resistiu e morreu ainda na barriga da minha esposa aos sete meses de gestação. Eu perdi uma parte de mim, junto com meu filho e Laura se perdeu por completa, foram oito meses de muita dor, muito sofrimento, Laura desenvolveu uma forte depressão, passou a tomar remédios cada vez mais fortes para controlar a amargura que tomou conta dela. Mas foi aí que nosso casamento acabou de verdade, no entanto Laura ainda achava que valia a pena lutar por esse amor e por essa união.
Laura entrou no quarto com uma garrafa de suco de laranja nas mãos.
—Bom dia, meu amor, que bom que acordou já são duas horas da tarde.
Ao ouvir ela dizer as horas, dei um pulo da cama, eu já estava atrasado, queria ver como estava a mãe de Angelina, aliás eu estava pensando muito naquela menina, eu só queria a proteger, mas como se eu mesmo vivia tão fodido em 50 formas diferentes. Estava preso a um casamento de aparências, sem amor, me sentindo responsável pela morte do meu filho. Eu salvava vidas e não consegui salvar a vida do meu filho. Sentia-me sujo, e não me sentia digno de continuar sendo um médico se não havia salvado nem o meu pequeno Théo, e eu não poderia trazer aquela menina, aquele anjo em formas de mulher para essa escuridão toda. Ela ere Luz e eu totalmente escuridão. Saindo  do hospital naquela  noite   não senti  vontade nenhuma de  ir  para minha  casa ,  isso  se  tornou sinônimo de  estresse  na minha vida pois  sempre  que chegava em  casa  minha mulher me  fazia um milhão de perguntas e  toda a  sua indiferença sobre o nosso casamento e  forma  fútil  como ela  levava a  vida  de uns tempos para cá me irritava  demais .
Pego minhas coisas de decido ir até a boate Lux, muitos de meus colegas falavam dela. Eu poderia apenas dar uma passada para espairecer e ir para casa me sentindo melhor e chegar em casa depois que Laura já foi para cama não seria ruim.
Entro naquela   boate sem pretensão nenhuma de encostar em alguma mulher, eu apenas queria beber. Encosto no balcão e peço aos barmen uma dose de whisky e me posiciono em uma das banquetas me virando   para a pista de dança. 
E é ali que eu vejo de longe uma mulher com uma fantasia de chapeuzinho vermelho, seus cabelos caiam em cascatas em seus ombros e aquela sai deixava pouco para a imaginação. Fiquei a maior parte da noite contemplando aquela mulher maravilhosa e quando me distraio e estou bêbado suficiente sinto alguém cair no meu colo e  é então que eu agradeço aos  céus por aquela  gostosa que eu  estava  de olho bem ali no meu colo . Seus olhos castanhos estavam assustados e a sua boca carnuda entreaberta me deixando excitado na hora.  Porém como eu havia prometido a mim mesmo não faria nada com ela ou com ninguém essa noite, até porque   mesmo com toda a crise que estava meu casamento não trairia Laura dessa forma, ela não merecia isso e eu não sou tão mau caráter assim.
Passo a noite com aquela garota, nunca fui muito de me abrir com ninguém e quando dei por mim estava lá contando tudo da minha vida para ela, que apenas assentia e sorria me deixando fascinado. Me despeço dela com pesar e pago a quantia que seria de seu programa e sinto que preciso tomar alguma decisão sobre como vou levar minha vida daqui para frente.
Cheguei em casa ainda com o cheiro do álcool na boca e o perfume daquela misteriosa mulher na minha jaqueta que tinha colocado em seus ombros no decorrer da noite, eu pensava como uma mulher como ela poderia estar ali, naquela casa. Ela era inteligente e tinha um sorriso lindo, e acima de tudo ela me ouviu sem me questionar nada, eu queria vê-la novamente mas eu não podia, eu não podia me deixar envolver com uma garota de programa.
Eu estava com raiva, e estava excitado lembrando das curvas daquela pequena mulher, eu precisava de um banho gelado, meu pau latejava em minha cueca, estava há muito tempo sem sexo já, eu precisava me aliviar.
Entrei no banho gelado, e deixei meus pensamentos me levarem até aquela mulher mascarada, comecei a me masturbar cada vez com mais vontade, quando dou por mim sinto  mãos femininas em mim, elas passeavam pelo meu corpo, não abri meus olhos apenas deixei que meus pensamentos me dominassem, senti lábios quentes envolverem meu pau cada vez mais o acomodando, eu sabia que era Laura, mas em meus pensamentos era meu anjo mascarado, sem conseguir me controlar mais, a levantei e virei de costas apoiada na parede, fiz sexo com ela , mas foi um sexo de raiva, raiva por não ter ali a minha mascarada.
raiva por não ter ali a minha mascarada.

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