Capítulo 9

814 48 2
                                    

Miguel 


 Eu estava ficando louco , essa seria a única explicação para o que eu estou sentindo agora depois de ver a mulher que eu mais desejei todos esses dias sair correndo por aquela porta . Seu beijo , seu cheiro e a forma como gemia meu nome enquanto estava em meu colo não saem da minha cabeça mas a forma como ela parecia uma menina assustada me fez estranhar aquilo tudo a única coisa que eu pude fazer foi pagar por aquele programa e sair daquele lugar sentindo a cabeça do meu pau latejar de tesão por aquela diaba . Eu gostaria muito de saber quem era a chapeuzinho , gostaria muito de ter aquele sorriso pra mim e aquela boca vermelha gostosa em volta do meu pau . Ela me deixava completamente louco . Chego em casa e vejo malas escoradas e algumas coisas jogadas pelo chão, pelo jeito depois de toda a discussão daquele dia Laura teria saído e ainda deixou algumas coisas para trás . Vou até o meu bar e encho um copo com Whisky , me escoro em umas das poltronas da sala pensativo eu estudei muito para ter tudo o que eu tenho hoje , mesmo que meus pais tenham algum dinheiro isso não invalida de alguma forma todas as minhas lutas . Tenho 27 anos e tudo o que eu achei que estava construindo ruiu de alguma forma , só me restava agora essa casa que é grande demais para um homem que só trabalha e um cachorro e meu emprego que a cada dia mais leva um pouco da minha energia. Em algum momento escuto meu telefone tocar e nem sei quando foi que dormi encostado nesse sofá . Era do hospital . - Doutor Miguel ? Aqui é a Maria, a paciente que estava sendo acompanhada pelo Senhor teve uma piora considerável , acho melhor o senhor vir até aqui . - Passo as mãos no meu rosto tentando tirar de alguma forma a minha ressaca e me levanto ainda com o celular no ouvido . -Tudo bem Maria , vou jogar uma água e já estou voando para o hospital . Jogo o telefone em cima do sofá e corro para o banheiro , a minha paciente que está tendo piora é a mãe de Angelina e ela não podia morrer, essa menina já havia perdido pessoas demais . Chego ao hospital correndo até a parte da sala vermelha onde a mãe de Angelina havia sido levada e ao chegar lá encontro Márcio um de meus amigos médicos saindo da sala com olhar de pesar e já sabia que havia algo de errado . -As coisas estão meio ruins irmão . Ela acabou de ter uma parada e não sabemos como será daqui pra frente . - Valeu, Márcio, pode deixar que daqui eu assumo . Ele dá uma leve batidinha em meu ombro e sai . Eu entro na sala e me certifico que tudo está certo , agora ela está estável mas já não há nada o que possamos fazer . Saio da parte da UTI depois de olhar mais alguns pacientes e vou até o refeitório tomar um café e encontro Márcio por lá sentado em uma das mesas . -E aí irmão , anotou a placa desse caminhão que te atropelou ? -Cala boca porra .. caminhão passou sem dó nem piedade . Rimos e tomamos nosso café em silêncio não pq não tínhamos assunto , mas por que aquela é a hora que estamos esperando a nossa alma voltar para o corpo . Penso em Laura e na desconfiança que estou dela com aquela ligação estranha, penso em Angelina e mais uma perda que ela poderá ter e penso na mascarada , chapeuzinho diaba que faz meu pau latejar só de pensar nela. Escuto a enfermeira me chamando e mais alguns médicos correndo olho para meu amigo que também se levanta e segue com passos rápidos novamente até a UTI. A mãe de Angelina estava tendo outra parada cardíaca tento o máximo que posso fazer com que ela volte porém ao escutar o bip do monitor cardíaco , não havia mais sinais vitais ali e fui obrigado a declarar a hora da morte . Tiro minhas luvas derrotado e saio da sala encontrando o olhar de Angelina que me olha com interrogação . Ela tenta correr até o quarto porém eu tento segurá-la de alguma forma , mas sem sucesso Angelina está quebrada . Consigo fazer com que ela saia da sala e se sente e aos poucos ela vai se acalmando mas seu olhar continua perdido e as lágrimas ainda descem por sua face deixo a por um momento para agilizar alguns trâmites para que o enterro fosse feito já no outro dia , eu queria poder ajudar de alguma forma . Escuto vozes alteradas naquele corredor e quando dou por mim Angelina está de pé gritando novamente, eu conhecia aquela mulher ela era assistente social do hospital . Eles queriam levar Angelina para um abrigo pois mais uma vez sua mãe havia mentido e ela na verdade não era emancipada , algo dentro de mim se apertou e quando dei por mim estava dizendo que seria tutor da menina ... eu com 27 anos e uma vida fodida tutor de uma menina de 17 anos , que tipo de exemplo que eu daria a ela , eu não sabia mas meu peito se apertava ao ver seu sofrimento . Depois de relutar consegui fazer com que ela mudasse de ideia e enquanto ela foi para o apartamento de sua amiga pedi que a secretária remanejasse meus pacientes para um outro médico e adiar as consultas que pudesse . Minha cabeça doía com todos aqueles problemas , meu coração se apertava só te pensar que Angelina estaria ali tão perto . Quando a busco na casa de sua amiga ela apenas entra no carro e se encolhe , eu queria tanto poder mudar a vida dessa menina, faze-la feliz de alguma forma , nós chegamos a minha casa a deixo no quarto de hóspedes depois de lhe explicar onde ficavam algumas coisa e fui até o mercado e a uma loja de coisas para casa comprar algumas coisas que faltavam ali .. Chego depois de mais ou menos duas horas , encontro célia na porta com os olhos arregalados . - A Dona Laura está aqui menino , ela está lá em cima com a menina . Puta que pariu ! eu esqueci disso ... Subo as escadas de dois em dois degraus e logo vejo minha ex mulher aos gritos com o dedo apontado na cara de Angelina que está com cara de assustada segurando sua toalha .. Tento não prestar atenção na parte em que ela está bem ali de toalha e como sua pelo morena e suas coxas torneadas me deixam surpreso . - O que está acontecendo aqui Laura ? - Eu mau saio de casa e você coloca uma ninfeta aqui dentro ! mas que merda é essa ? - Ela continua gritando e sacudindo suas mãos . - Se você tivesse pelo menos a decência de me perguntar com calma o que aconteceu eu te explicaria , agora você chega aqui do nada e faz esse barraco ridículo ! Pego os braços de Laura e a puxo para fora do quarto . - Explicar o que ? que tem uma puta na nossa casa? - Minha cabeça lateja e minhas mãos tremem . - Cala o caralho dessa sua boca ! Angelina é apenas uma menina que estou ajudando , ela acabou de perder a mãe e para ela não ir para um abrigo eu me tornei o tutor dela . Laura me olha incrédula e começa a gargalhar . - É piada mesmo né ? você cuidando de uma menina ? não cuida nem de si mesmo . - Apenas termine que catar as suas coisas e saia dessa casa !ou eu não respondo por mim! Ela pega algumas malas que restavam e sai ainda gritando pela porta . - Isso não vai ficar assim miguel ! Que se foda ! eu penso , como uma mulher podia ser tão descontrolada assim ? Volto a cozinha e peço para que célia prepare algo para o jantar , subo as escadas e a porta do quarto de Angelina ainda está aberta me sento na cama e espero que ela saia do banheiro . Alguns segundos depois ela abre a porta e me tem seus olhos tristes , os vincos entre sua sobrancelha estão juntos e sinto vontade de acariciar o seu rosto ela está com um short jeans que deixa suas pernas lindas a mostra e uma blusa preta que abraça sem corpo desenhado . Eu me recrimino por estar me sentindo daquele jeito por uma menina . Peço desculpas pelo que ocorreu , ela não precisava daquilo agora e mesmo com toda aquela confusão Angelina ainda me tira um sorriso com as suas perguntas sinceras porém mesmo com o momento descontração ela não aceita comer e se tranca em seu quarto . No dia seguinte bato em sua porta cedo para que fossemos ao hospital terminar de resolver as coisas do enterro e no mesmo dia conseguimos enterrar sua mãe . Poucas pessoas estavam ali , Angelina estava sentada em um banco perto do caixão com sua amiga abraçada a ela . Eu estava de longe , as vezes chegava um pouco perto para oferecer água ou algo que ela precisasse mas a minha vontade era tirar ela dali e fazer sua dor ir embora . Sua mãe foi enterrada e ela e Sthefany estavam se despedindo das poucas pessoas ali . Chego mais perto e sua amiga me olha de cima a baixo . E isso era engraçado por que sempre acontecia , eu até achava que conhecia ela de algum lugar ,mas via muitas pessoas diariamente então poderia ser coisa da sua cabeça mesmo . - Não vou poder ficar hoje com a angelina Miguel , mas cuida dela por favor . - Ela me pede e sei que ela se importa realmente com Angelina . - Pode deixar , vamos angelina ? - Sim . - Ela entra dentro do carro e se encolhe no banco olhando para o nada e fecha seus olhos . Como eu queria poder colar todos os seus cacos meu anjo , como eu queria .

Contrato Com Meu Tutor - A História De Angel (Disponível Na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora