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Papai tem um segredo.
Uma coisinha silenciosa que você sabe que é ruim. Você sabe disso porque papai nunca faria isso na frente de você ou do papai. Em vez disso, ele sempre fazia o possível para escondê-lo, principalmente durante a noite e ao ar livre; onde o fedor dele não se espalharia.
Papai gosta de fumar.
Ele faria isso quando precisava de um momento para pensar ou sempre que estivesse muito estressado. É algo rápido e fácil para ele alcançar e os efeitos de alívio são quase instantâneos. Mas, por mais cauteloso e infrequente que possa ocorrer, isso não justifica a ação.
Papai não gostou.
Deitada em sua cama com as cobertas puxadas até o queixo, você olhou para o fraco brilho das luzes enquanto elas dançavam pelo teto. O globo noturno que girava em sua mesa de cabeceira cintilava e soava em um esforço para acalmar seu medo do escuro.
O vazio negro do seu quarto costumava incomodá-lo imensamente antes de seus papais serem presenteados com o globo. Natasha sempre soube as melhores maneiras de brotar pequenos medos. A luz noturna funcionou muito bem desde então, e agora a escuridão mal incomoda você, desde que esteja funcionando.
É o meio da noite.
Você jogou e virou, mas por algum motivo parece que não consegue adormecer. A história que Dadá tinha lido você não parecia fazer o truque. Há apenas algo mantendo seu pequeno cérebro ocupado, tanto que você está atentamente focado em observar as luzes deslumbrantes no teto.
As formas que tomavam forma muitas vezes giravam. Um tema inconstante que envolvia tudo, desde um conjunto distante de estrelas até o contorno de todos os tipos de animais. Seus favoritos são sempre as ovelhinhas fofas, pois elas aparentemente pulam enquanto piscam no teto.
Seu papai uma vez lhe disse que se você ficasse quieto o suficiente para contá-los, eles o mandariam dormir, mas não está funcionando. Está quase sempre em sua mente e não importa o quanto você tentasse contar aquelas ovelhinhas lanosas, elas simplesmente se recusavam a mandá-lo embora.
