Surpresa azarada (Imagine Joui Jouki)

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Você era uma pessoa que não costumava ser muito supersticiosa, porém, sempre acreditou fielmente que, se contasse alguma coisa para alguém antes de acontecer, dava um tremendo azar. Isso porque, certa vez, quando foi contratada no seu primeiro estágio, comentou sobre isso com um conhecido um dia antes de começar e, no dia seguinte, precisou desistir dele, por conta de um acidente que sua mãe sofreu. Como só você morava com ela, precisou dar apoio e assistência a ela até que se recuperasse totalmente dos danos. Esse acontecimento a deixou pensativa por dias e, desde então, você evitava comentar sobre seus planos com os outros, pensando que, assim, evitaria toda a maré de azar que isso trazia.

Mesmo com um mês de antecedência para o aniversário de seu amigo, Joui Jouki, você começou a organizar uma festa surpresa. Como era difícil conciliar a preparação com as missões que vinham uma atrás da outra, ter iniciado os preparativos no começo de outubro foi a melhor ideia que teve, pois, assim, não esqueceria de nada. Decidiu entregar os convites, pelo menos, três dias antes da data, para não correr o risco de algo ruim acontecer. Em sua mente, tudo parecia perfeito e havia mínimas chances de dar algo errado.

Contudo, enquanto explorava a mansão endiabrada com sua equipe, deixou sua caderneta de anotações cair sem perceber e continuou com suas investigações. Só se deu conta de que a havia perdido quando procurou-a em seus bolsos e não encontrou. Começou a ficar desesperada com aquilo, pois, além das anotações da festa, havia também coisas importantes sobre a missão.

Você sentiu a boca secar quando viu a caderneta nas mãos de Arthur. Seu corpo começou a tremer quando o viu lendo o conteúdo escrito e, em um impulso, correu até ele e pegou-a de volta, colocando dentro do bolso de sua jaqueta rapidamente.

— Desculpe, eu achei que era alguma coisa da casa! Juro que não foi intencional — Arthur começou a se desculpar.

— T-tudo bem, Arthur, não se preocupe! Não foi minha intenção pegar o caderno da sua mão desse jeito, é só que... tem coisas importantes aqui...

— Eu li sem querer... se precisar de ajuda com alguma coisa, é só falar.

Sua espinha gelou quando ouviu isso. As chances de dar algo muito errado eram grandes agora. Seu medo era tanto, que cogitou até arrancar as páginas, rasgar e jogar fora, para que mais ninguém visse seus planos, porém, não tinha as anotações em mais lugar nenhum, então, se fizesse isso, teria que desistir de realizar a festa. Entretanto, você não queria desistir assim, pois tinha um carinho muito grande por Joui. Por conta disso, decidiu não deixar suas paranoias impedirem seus planos. Já estava na hora de abandonar esse pensamento, mesmo que fosse tão difícil.

Conforme a investigação ocorria, você ficou atenta e sempre por perto de Arthur, para não ter o perigo de mais alguém descobrir sobre a festa. Com sua atenção redobrada naquele momento, não pôde deixar de notar que Joui estava estranho. Parecia que algo o atormentava e, mesmo assim, ele não dizia a ninguém. Preocupada, você resolveu conversar com ele para ver se podia ajudar em algo.

— Joui...? Tá tudo bem?

— [Nome]... não é nada, só tô preocupado com essa missão — falou, pousando suas mãos no corrimão da escada, enquanto olhava para os amigos no andar de baixo.

— Entendo... Eu também tô. Não queria perder mais ninguém por aqui...

— Não vou deixar isso acontecer. — Suas mãos apertam mais o corrimão.

— Não encare isso como uma obrigação somente sua. Isso te deixa mais ansioso ainda — você comentou, tentando repreendê-lo.

— Eu sou o líder e responsável por vocês. Preciso garantir que voltem em segurança da missão — falou com um tom levemente desesperado, enquanto olhava para você.

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