Lembre de mim (Kaiser)

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Todos estavam sentados em uma mesa em um canto afastado, cabisbaixos e desesperados. A essa hora, a Ordem estava vazia, pois os agentes haviam saído para cumprir suas missões, restando apenas a Marcela e o Renan, que estavam cuidando do grupo. O que acabou de acontecer atingiu-os tão dolorosamente quanto os tiros que levavam nas lutas que travavam todos os dias. Mas, a vida de um agente da Ordem era essa; e eles sabiam onde estavam se metendo quando resolveram entrar. A luta contra o paranormal não era fácil e, mesmo sabendo disso, todos estavam com o coração apertado, principalmente Kaiser, Arthur e Erin.

Você não conhecia Joui Jouki muito bem, pois havia ingressado na Ordem a pouco mais de dois meses, mas isso não lhe impediu de chorar horrores. Nunca imaginou ver alguém próximo arriscar a vida daquele jeito, ainda mais se juntando a Seita das Máscaras.

Após um tempo chorando, você se recompôs e foi em direção ao Kaiser, que parecia muito mais abalado que os outros. Você não sabia como agir, mesmo entendendo-o tão bem em tão pouco tempo. Na verdade, você é tão introvertida quanto ele. Mesmo assim, arriscou uma conversa.

— Kaiser...? — Você o chamou enquanto se sentava perto dele.

— Eu devia ter feito alguma coisa — ele falava repetidamente, apoiando sua cabeça nas mãos.

— Não tinha o que fazer... O que nos resta é tentar trazê-lo de volta... — Você falou, pousando uma das mãos em seu ombro.

— É esse o problema [Nome]! Como vamos trazer ele de volta? Eu falei que iria até o inferno atrás dele, mas eu não sei o que fazer! — seu tom desesperado lhe partia o coração.

— Eu sei que é difícil, mas vamos pensar em uma solução juntos. Somos um grupo, não é?

— O pilar do grupo foi embora. Eu não consigo nem olhar para os outros, como vou comandar 5 pessoas [Nome]?

— Tem razão... No fim, encarar as pessoas acaba sendo um obstáculo para nós dois...

— Você mais do que ninguém sabe o que é isso. Eu não vou conseguir manter a calma.

— Sabe... Minha avó sempre me dizia que, para nos mantermos fortes, precisamos lembrar das coisas que as pessoas que se foram fizeram. Joui gostava de você e se arriscou para que nós tivéssemos uma chance de parar essa tal desconjuração. — Você recolheu sua mão quando percebeu que ele estava tremendo. — Precisamos agarrar essa oportunidade, assim acho que descobriremos um jeito de trazê-lo de volta.

— Eu não sei se a gente consegue.

Após dizer isso, Kaiser se calou e continuou na mesma posição por alguns minutos. Você não gostava de ver a equipe assim, mesmo não mantendo muito contato com eles. Era difícil para você manter um diálogo com alguém, pois sempre que o fazia, acabava se enrolando nas próprias palavras, o que a fazia desistir de interagir.

Porém, mesmo com a ansiedade, a vergonha e a timidez, você resolveu cantar baixinho. Isso era uma coisa que você gostava de fazer quando tudo parecia perdido. Sabia que, muito provavelmente, todos escutariam, pois o lugar estava silencioso.

Respirando fundo, você começou a cantar uma música que cabia perfeitamente a situação, fazendo todos voltarem suas atenções a você. Isso a deixou um pouco nervosa, então, para continuar cantando, você começou a olhar seus próprios pés, que balançavam embaixo da mesa.

[...]

Lembre de mim

Hoje eu tenho que partir

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