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Verity estava no mundo da lua naquela manhã, não conseguia parar de pensar no garoto dos cachinhos. Sim, para ela, o cabelo do Wolfhard era cacheado e ela não estava supondo isso pois ao contrário do que Finn pensava, ela já havia reparado nele, principalmente por perceber sempre seu olhar sobre ela. Como ela não saberia os detalhes do cabelo dele se era o que mais chamava sua atenção?
─ Verity, qual é? ─ Sadie choramingou pelo fato da amiga não estar prestando atenção nela.
─ Desculpa Sady, o que dizia?
─ Esquece, eu tinha uma dúvida sobre essa questão da tarefa, mas você com certeza não prestou atenção na explicação da primeira aula.
─ É, acho que não mesmo, conseguiu fazer alguma questão?
─ Quase todas, mas o professor já vai corrigir, presta atenção dessa vez, por favor.
Verity assentiu. Ela fez de tudo para prestar atenção e felizmente conseguiu.
A garota não entendia o motivo do garoto dos cachinhos a olhar tanto. Algumas vezes ela o observara passar pela sua rua ─ claro, ele morava na rua do seu bairro e isso ela sempre soube ─, e via que ele sempre olhava da direção do seu lar atentamente.
─ Tá bom, vai me contar ou não o que está acontecendo? ─ Sadie perguntou enquanto elas andavam pelos corredores da escola. ─ Brigou com o Thevot?
─ Não.
─ Alguém da sua família morreu?
─ Não. ─ Respondeu, a olhando confusa.
─ Tá a fim de outro?
─ Não, não. ─ Verity franziu o cenho quando aquela pergunta ecoou pela sua cabeça.
─ Então o que? Me diz.
─ É que eu estava pensando em um garoto que fica o tempo todo me olhando.
─ Quem?
─ Finn Wolfhard.
Elas subiram alguns degraus da escada que dá acesso ao andar de cima do colégio, porém, Sadie parou.
─ O de cabelo ondulado?
─ Cacheado, Sadie.
─ Tanto faz. Ele é gatinho. ─ A garota fez cara de malicia arqueando a sobrancelha esquerda.
─ Investe nele.
─ Ai, não, eu acho que ele é a fim de você, já peguei ele te olhando algumas vezes.
─ Não... ─ Verity riu. ─ Ele não seria tão idiota de se apaixonar por alguém que namora, isso seria auto destruição total.
Elas subiram mais alguns degraus.
─ Sim, seria, mas nunca se sabe.
Thevot apareceu subitamente, agarrando Verity pela nuca e a beijando enquanto a imprensava contra a parede. Óbvio que ela correspondeu ao ato.
Após toda a pegação, ela o abraçou, foi quando Finn subiu as escadas encarando o casal e Louis que lhe acompanhava, lhe deu uma cotovelada. Verity o viu, e o acompanhou com os olhos, mas parece que ele não percebeu.
─ Sobre o que falavam? ─ Thevot perguntou após eles saírem do abraço.
As amigas se entreolharam...
─ Sobre as aulas anteriores, eu não consegui entender. ─ Foi a primeira mentira que veio a cabeça de Verity.
─ Podemos estudar hoje lá em casa, te ajudo com tudo que você precisar, meu amor. ─ Thevot sugeriu enquanto os três subiam o resto da escada.
Verity sorriu como resposta ─ aquilo significara um sim.
─ Hoje a tarde?
─ Ah não. ─ Sadie protestou-se. ─ Marcamos de ir a academia e depois fazer as unhas.
─ É verdade, amor, pode ser a noite? Eu vou direto para sua casa após terminar as unhas.
─ Claro, meu bem, tudo que você quiser, tenho todo horário disponível só para você.
─ Okay. Nos vemos no intervalo. ─ Depositou um selinho rápido no garoto e entrou na sala da sua próxima aula, acompanhada por Sadie.
─ Thevot está estranho. ─ Sadie comentou enquanto elas se acomodavam em suas carteiras.
─ Ai amiga, não, ele está normal, por que diz isso?
─ Você não percebeu o quão atencioso e compreensivo ele está? Antes ele não era assim.
─ Não. ─ Verity riu. ─ Ele sempre foi assim, você que não percebia.
─ Se você diz.
Apesar de achar estranho, Verity começou a pensar no comentário de Sadie e concluiu que sim, Thevot estava mais carinhoso, compreensivo e atencioso, mas ela não iria reclamar, estava tudo ótimo.
