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Agora não só as luzes brilhavam na pista, as pessoas também destacavam-se na escuridão, tudo por causa da tinta neon em seus corpos.
Entre essas pessoas estava Thevot, dançando loucamente com uma garrafa de vodka ─ já na metade ─ em mãos. O garoto cambaleava entre as pessoas dançando como se não houvesse amanhã, vez ou outra virava a garrava na boca, dando goladas enormes que lhe forçavam a fazer uma careta ao engolir.
Liandra aproximou-se do irmão com uma certa desconfiança, Thevot nunca se descontrolava assim a não ser que tivesse feito alguma coisa da qual se arrependera.
─ Thevot! ─ Gritou ao chegar perto do garoto, por causa da música alta. ─ O que você fez?
O garoto riu por alguns segundos e então olhou para a irmã.
─ Eu bebi, bebi muito, irmanzinha.
─ Antes disso, o que você fez?
─ Eu estava com alguém. ─ Suas palavras embolavam vez ou outra.
─ Com quem e fazendo o que?
─ Uma garota, ela deu em cima de mim e eu peguei. ─ Ele levantou a garrafa e girou, rindo como se nada o abalasse.
Liandra respirou fundo e engoliu em seco... Aquele garoto, aquele na frente dela, seu irmão, estava totalmente fora de si, e tomando atitudes nojentas.
Teria que contar a Verity, e se não contasse ali e agora, perderia a coragem, ela estava com ódio do irmão e isso a ajudaria contar tudo.
A garota agarrou a gola do casaco do irmão, na parte da nuca, e trouxe seu ouvido direito até próximo ao seus lábios.
─ Você acabou de perder a coisa mais preciosa da sua vida. ─ Sussurrou, e o largou com desdém.
O garoto ficou parado enquanto Liandra se afastava a procura de Verity. Ele não sabia o que estava prestes a acontecer, então apenas deu uma golada enorme na bebida da garrafa e voltou a dançar.
Liandra continuou a procurar pela Verity e a encontrou na cozinha, bebendo um pouco de água.
─ Precisamos conversar. ─ Disse ao parar do lado oposto do balcão, de frente para Verity.
─ Oi. ─ A garota sorriu. ─ Mas tem que ser aqui na festa?
─ Tem, tem que ser aqui. ─ Liandra apoiou as mãos sobre o balcão tentando conter o nervosismo.
─ É importante?
─ Muito. ─ Respondeu passando uma das mãos no cabelo, o jogando para trás.
─ Mas não é melhor deixar para depois, em um lugar mais calmo?
─ Não. ─ Deu um tapa forte no balcão que fez sua mão arder. Verity assustou-se.
─ Merda, Lia, você está muito nervosa, está tensa. Acalme-se. ─ Verity pediu enquanto se aproximava da amiga.
