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Finn tentava manter sua atenção no filme que passava a sua frente na enorme TV de tela plana, mas apenas o que conseguia era olhar uma foto atual que a Organa acabara de publicar em seu instagram.
Para ele, aquela era a garota mais perfeita do mundo, tinha a beleza mais exorbitante e o olhar mais penetrante.
Seus olhos brilhavam focados na tela no celular, as vezes sentia vontade de comentar na foto completando a música da legenda, mas hesitou, tanto pelo medo de ser ignorado, tanto pelo motivo do namorado da garota ser um tremendo ciumento.
Finn as vezes se pegava pensando em como Verity acabou namorando alguém como o Thevot, não é que ele seja a pior pessoa do mundo, é que para o Wolfhard, os dois parecem ser completamente o oposto um do outro.
─ Ei... ─ Sophia estalou os dedos frente ao rosto do garoto, para tentar chamar sua atenção. ─ Terra chamando Finn.
─ Ah, oi. ─ Disse, finalmente desligando o black mirror do celular e o guardou no bolso.
─ Onde você está com a cabeça?
─ Desculpa, estava apenas rolando pela timeline do instagram.
─ Nós sabemos que você estava olhando a foto da Verity, eu vi que ela postou e você curtiu. ─ Sofia disse, e colocou uma pipoca na boca.
─ Finn, você está começando a deixar na cara que está a fim dessa garota, uma hora alguém vai perceber. ─ Louis o alertou.
─ Podemos por favor focar no filme?
─ Claro, se você focar também dessa vez. ─ Sofia pegou a vasilha de pipoca e ofereceu ao garoto que aceitou.
Enfim todos voltaram sua atenção ao filme da saga que eles tanto amavam, mas não Finn, ele tinha seus olhos sobre a tela da TV, mas a mente em outro mundo, e esse mundo se chamava Verity Organa, o garoto não conseguia entender porquê a amava tanto, ele simplesmente não conseguia superar aquele sentimento que o domava e assim fazia com que ele sentisse a sensação de mal conseguir respirar.
Finn deixou escapar um suspiro, fazendo com que todos se entreolhassem e revirassem os olhos pois sabiam no que ele estava pensando. Não é que eles odiassem a Verity, eles odiavam ver o amigo mal, antes Finn controlava o que sentia, mas agora... Parecia que ele tinha se entregado de vez a dor de uma paixão platônica e reprimida.
Apesar de Finn fazer o possível para estar sempre com os amigos e não se trancar no quarto por sentir essa dor, ele sabia que não estava sendo o suficiente para todos. O garoto sabia que seus amigos queriam o melhor dele, queriam fazer ele encontrar outra pessoa que o fizesse desencanar da Verity, mas ele já havia desistido de todas, ele queria aquela, mesmo sabendo que não a teria.
─ Me desculpem. ─ Foi o que saiu da boca do garoto, repentinamente.
Todos se entreolharam e o Louis pegou o controle da TV para pausar o filme.
─ Pelo que? ─ Sofia foi quem perguntou.
─ Me desculpem por estar tão distante e ser esse amigo tão desatento.
─ Não, não Finn, nós te entendemos, é difícil sentir o que você está sentindo, passar pelo que está passando. ─ Sophia tentou consolar o amigo que parecia triste.
─ Amar destrói, Finn, e nós sabemos disso. ─ Sofia colocou uma mão sobre a perna do garoto e sorriu para passar a ideia de conforto e compreensão.
─ ABRAÇO EM GRUPO! ─ Louis gritou e todos pularam sobre o garoto o abraçando e o fazendo cair deitado sobre o tapete fofo e as almofadas no chão.
Todos riram e foi então que Finn, mentalmente agradeceu pelos amigos que tinha.
Todos finalmente conseguiram fazer o amigo esquecer um pouco da Verity e assistir ─ de verdade ─ o filme.
***
Após uma longa sessão de filmes, eles viram o quanto estava tarde. Todos ajudaram Louis a arrumar a bagunça que estava a sala e então se despediram com um "até amanhã".
Sophia e Lillis moravam no mesmo bairro e rua, e foi isso que juntou as duas não só como amigas, mas como namoradas. Finn morava a uma quadra do bairro delas. Então apenas deixou as garotas em seus lares, apesar de se sentir triste em ver troca de beijos e "eu te amo" tão sinceros. O garoto achava linda a relação das amigas, elas eram fortes e tinham que suportar alguns olhares tortos de homofóbicos.
Ele se despediu e foi para casa, cabeça baixa mas que sempre se levantava ao passar pela rua da Verity, eles moravam no mesmo bairro, mas não na mesma rua, mas nem isso foi o suficiente para a garota reparar na existência dele, e ele também não tivera a sorte da Sophia e Lillis.
