Capítulo 7

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[...] Ninguém é de fato inteiramente bom.
Pelo menos é o que eu acho.
Tentar ser bom, ou ao menos tentar não ser mau,
provavelmente é o mais perto que conseguimos chegar.

- Bela maldade

Lenny Scott

Quando eu fiquei sabendo que ela estava desempregada, quis ajudá-la. Estava com o Matteo no hospital e resolvi ir saber quanto era a dívida dela. Não pensei duas vezes, só paguei para ajudá-la. Posso até estar sendo burro fazendo isso, já que sem a dívida ela pode não aceitar a proposta. Mas eu estava realmente preocupado com ela, só queria poder ajudá-la de alguma forma. Fiz o mesmo na funerária antes de vir trabalhar. Já fui em duas reuniões hoje pela manhã e estava descansando no meu escritório quando escutei a porta sendo aberta.

- Tânia, eu preciso de um minuto - falei me virando e dei de cara com a Beatriz e sua cara não era das melhores. - Beatriz - falei sorrindo.

- Que história é essa, Lenny? Como você pode sair por aí pagando a conta dos outros e ainda dizendo que é meu namorado? Nós nem nos conhecemos, eu não sou nada sua e muito menos estou esperando um filho seu. Eu não estou grávida - ela falou com raiva naqueles olhos azuis.

- Oi para você também, Beatriz. Eu estou bem, obrigado por perguntar - eu falei e a cara dela só ficou mais vermelha. Ela cruzou os braços na minha frente.

- Você não respondeu à minha pergunta. Que história é essa de você estar contando para todo mundo que eu sou sua namorada? - ela falou com raiva.

- Eu não falei nada para ninguém, Beatriz - falei e vi que ela não se convenceu.

- Como não? Eu fui fazer um acordo com a funerária e assim que chego lá me dizem: "Ah, não se preocupe, seu namorado já pagou". Ainda falam de um bebê que nem existe. Chego no hospital, a mesma coisa. Ainda escuto que estou dando um golpe. Então me diz, se você não disse que era meu namorado, quem é que disse? Porque eu não falei. Porque até onde eu sei, não sou nada sua - ela falou com muita raiva.

Nunca vi uma garota ficar com raiva por pensarem que ela era minha namorada, e muito menos por causa de dinheiro. E ela está precisando.

Eu realmente não entendi a raiva dela.

- Eu só quis te ajudar, Beatriz. Não falei nada a ninguém, só paguei. Não falei que você é minha namorada. Eu acho que as colunas de fofoca falam isso por nós dois. Afinal, quem inventou essa gravidez foi eles também - eu falei ficando de pé.

- Eu não pedi a sua ajuda. Eu ia dar um jeito, eu sempre dou um jeito. A dívida era minha e eu ia pagar, na verdade, eu vou pagar. Eu tenho os recibos aqui. Se você aceitar, vamos entrar em um acordo para dar um jeito de pagar a você. Eu não preciso de esmola e não quero caridade. Eu sempre trabalhei, Lenny, e vou te pagar - ela falou determinada. E gostei desta Beatriz, ela não é só uma garota frágil.

E a sua amiga estava certa, ela é muito orgulhosa.

- E não vou receber. Eu só queria ajudar você, Beatriz. Eu não estou querendo nada em troca - falei e ela riu.

- Não, você está querendo algo em troca. Você quer que eu finja ser sua namorada em troca por ter me ajudado - ela falou firme. - Eu não sou idiota, senhor Scott. Eu sei muito bem que você está usando de uma necessidade para o seu joguinho.

- Eu juro, eu não fiz pensando nisso. Só queria te ajudar. Soube que você perdeu o emprego...

- E aí pensou "Nossa, ela está desempregada. Se eu transferir a dívida dela para mim, a única forma que ela tem para pagar é aceitando esse contrato". Só porque eu sou pobre não quer dizer que eu não tenha dignidade - ela falou com raiva.

Um CEO na minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora