CAPÍTULO 15

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Jade passou o domingo apenas com sua família. Ainda que sua vontade fosse reservar um tempo para passar com Levi naquele último dia de folga, ela sabia que estava passando pouco tempo com seus familiares, principalmente seu pai que trabalhava bastante em uma das fábricas da cidade. 

 No passeio do dia anterior as coisas tinham se encaminhado bastante entre os dois, ainda não estavam namorando ou coisa do tipo, mas definitivamente era um início. Ela não queria pressionar o Ackerman de maneira alguma, queria que as coisas ocorressem de maneira gradual e que aos poucos o rapaz conseguisse confiar nela e em si mesmo. Na sombra daquela árvore Jade percebeu que a dor de Levi é mais profunda do que ela jamais pôde imaginar, e ela se esforçaria para cicatrizar tudo aquilo.

 As crianças não haviam percebido nada de estranho entre a dupla já que mal tiveram tempo de reparar, mas era perceptível como estavam contentes. A mãe de Jade também não estava ciente, mas já havia percebido a filha muito mais feliz após aquele passeio. Devido ao bom humor o almoço de domingo foi recheado de boas histórias e risadas da primogênita dos Shinkai. Mas enquanto comia e contava suas histórias, esta só pensava no almoço do dia seguinte, que estava marcado para ser na companhia de Levi no restaurante próximo ao seu trabalho.

 Enquanto isso o Ackerman não estava muito diferente no quesito felicidade na mesa dos pais de Gabi. Rivaille nunca fora de sorrir e isso não havia mudado magicamente, mas seu semblante era mais suave e sua empolgação em conversar com os outros era um pouco melhor. Por dentro o homem era um misto de contentamento e ansiedade por não ter controle sobre o que aconteceria e por se sentir insuficiente para Jade, essa pitada de ansiedade sempre o fazia fechar a cara repentinamente deixando todos confusos.

 Gabi que convivia com Levi diariamente e era bastante esperta, já havia notado um ar de estranheza vindo do ex-capitão, e tinha pretensão de investigar com seus amigos durante a semana. Após o fim do almoço a garotinha o acompanhou até sua casa sempre jogando um verde atrás do outro procurando alguma brecha, mas de fato o homem parecia uma rocha e não dava nenhuma abertura.

 A segunda-feira começou como todas as outras. Jade tomou café com sua mãe e irmão, organizou suas coisas e deixou a casa antes das sete da manhã. Segunda sempre era um dia movimentado naquela parte da cidade, então as vendas ocorreram super bem. Antes de fechar o estabelecimento para o almoço Jade inspirou profundamente sentindo-se viva e feliz, aquela semana tinha tudo para ser incrível. Assim que saiu do balcão viu a figura de Levi Ackerman entrando de maneira tímida.

-Olá -ele disse pouco sem jeito. A verdade é que não sabiam muito como se cumprimentariam.

 -Oi! Eu achei que você me esperaria no restaurante -sorriu sem dentes.

-Oh, estou incomodando? -Levi.

-Claro que não! Obrigada por vir me buscar -sorriu novamente.

 Os dois deixaram o local e andaram lado a lado até o restaurante que Jade sempre almoçava quando não tinha tempo de fazer a refeição em sua casa. O casal seguiu calado e separado, não era algo desconfortável como no início da tarde de sábado.

 Se acomodaram em uma mesa pelo lado de fora observando a cidade se movimentando no horário do almoço. De fato o mundo estava se recuperando de todo o caos que sofreu, mas normal ainda era uma palavra forte demais para se dizer.

-Então... Como está sendo seu dia? -perguntou Levi encarando suas mãos e estalando os próprios dedos. Não sabia muito como reagir, parecia ser mais fácil antes.

After Chaos | Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora