Capítulo 12

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"Meu amor, sinto muito por deixa-la desta forma tão crápula. Acredite, meu sofrimento torna-se eterno no exato momento em que abandono a imensidão dos teus olhos e a delicadeza de teus toques. Queria que fosse possível despedir-me de outra forma, provar o gosto do adeus em teus lábios, mas tenho plena certeza que, caso fizesse, não me deixarias partir. Sei que me daria ideias racionais para lhe dar com essa situação, sei que de alguma forma tentaria me convencer de não cometer essa insanidade, mas não existe nada de são nas atitudes de uma mãe que vê seus filhos em perigo! Então, por favor, entenda minha partida... Ontem, antes de dizer que te amo, Andrew me ligou, ele será capaz de tudo para me ter de volta, inclusive de machucar minha menina... Ele disse onde encontra-lo e eu vou, não posso deixa-la nas mãos deste monstro, não sei o que me aguarda, mas sei que meus pensamentos estarão sempre em você e que será minha força para não desistir. Eu te amo Sandra, sempre amarei! Obrigada por tudo!

E por favor, diga a Sarah e a Holland que as amo de todo meu coração!

Espero te ver em breve, minha amada."

Sandra segurava aquele pedaço de papel em suas mãos tremulas, suas lágrimas deixavam seus olhos com pressa, a ansiedade a consumia.

No primeiro momento, seu desespero tomou conta de todas as suas ações. Ligou para Sarah e avisou sobre o sumiço de Cate. Alguns minutos depois Paulson e sua namorada já estavam a prontidão na casa de Sandra e as três foram a delegacia notificar o desaparecimento da mulher.

5 horas antes.

Cate enfim chegara no local que marcou de encontrar seu até então marido, o céu começara a clarear indicando o nascer do sol. A mulher estava nervosa, suas mãos trêmulas soavam sem parar, sua cabeça doia e seu corpo estava cançado, já que deixara seu carro na metade do caminho e o concluiu andando. Tomou os últimos goles que haviam em sua garrafinha de água e sentou-se na calçada a espera de Andrew.

— Que bom te ver, meu amor!

Upton chegara saudando sua esposa e abraçando-a, porém, sua fúria deu sinal ao não ser correspondido.

— Não vai me receber decentemente? Não estava com saudades do seu homem?

— Me poupe Andrew! Onde está minha filha?

— Nossa filha!

— Nossa filha? Você sequestrou e está usando ela!

— NÃO FALE COMIGO DESSA FORMA! — Gritou e agarrou o braço direito de Cate e a arrastou para dentro da fábrica abandonada.

— Andrew, me solte, você está me machucando!

— Você vai aprender a não falar comigo desta forma!

Andrew a puxava enquando Cate lutava para se soltar, logo estavam no Hall da fábrica, o lugar estava a meia luz, estava sujo, as janela quebradas, alguns panos anteriormente brancos cobriam algumas máquinas quebradas, o local estava repleto de coisas enferrujadas.

— Mamãe!

De longe ouviu-se os chamados da pequena Edith, Cate entrou em desespero. A muito tempo não sentia sua filha em seus braços, sentimento dorido para uma mãe.
A mulher gritava por sua filha, tentara correr a sua procura, mas Upton a puxara com mais força.

— Deixe-me ver minha filha Andrew, eu imploro, eu faço o que quiser!

Pensando o quanto seria benéfico para seus futuros atos deixar Cate com a filha, pelo menos provisoriamente, levou-a até a criança.

A menina estava acorrentada em um cano de ferro preso dentro da parede, a corrente era grossa e grande o suficiente para conseguir deitar-se em um colchão velho, coberto por panos surrados. Edith tentou correr para abraçar sua mãe, mas caiu ao ser impedida pelo limite da corrente.

— Meu bem, eu sinto muito por isso!

Cate finalmente pode abraçá-la, porém, manteve sua atenção na correntes que Upton colocava em seu tornozelo.

O homem a olhou e sorriu, vangloriava-se por finalmente ter sua mulher de volta apenas para si, afinal, poderia fazer o que quisesse, como quisesse e quando quisesse. Agora, ele era dono de Cate, concluiu.

— Vamos, parem dessa besteira, vão ter tempo suficiente para ficarem juntas!

— Você é um monstro! — Disse Edith.

— Você perdeu a cabeça? Está louca em falar comigo desta forma?! — Upton puxou a menina de forma que ficasse pendurada pelo braço.

— Solte-a! Não machuque ela!

Cate tentou impedir a cena que acontecia diante de seus olhos, tirou sua filha dos braços de seu marido e se colocou a frente da menina para protegê-la, consequentemente, recebeu em seu rosto um murro tão forte que ficou roxo em poucos minutos.

— Nunca mais se atreva a me atrapalhar enquanto educo minha filha!

— Isso não é educar, Andrew! Você só está machucando a menina!

— Eu já falei pra não me atrapalhar!

Andrew a bateu de forma mais violenta que na anterior. Seu rosto sangrava em diferentes lugares, seus ematomas eram nítidos, a dor era descomunal.

Upton saiu por algumas horas, mas não tardou a voltar, porém agora totalmente alcoolizado. Cate e Edith estavam dormindo mas acordaram assustadas com a chegada barulhenta do homem.

Ele puxou Cate com força e empurrou Edith para longe, ele começou a beijar sua mulher com violência, decia pelo seu pescoço e apertava seus seios com força.

— Upton... Pa...pare por...por favor... — Clamou em desespero.

— Você é minha e eu quero te comer agora!

— Nossa fi... filha está aqui! Por... por favor, pare!

— Ela que feche os olhos, você é minha e eu te quero agora! Você vai me obedecer se não eu vou machucar a Edith.

O homem rasgou toda a roupa de Cate que mandou sua filha fechar os olhos e tampar os ouvidos, porém, foi impossível não escutar os gritos quando Andrew entrou dentro da mulher com violência. Ele a penetrava ferozmente, enforcava e batia.

A noite foi longa e torturante, após lambuzar-se o quanto queria, Upton foi embora deixando sua mulher desmaiada e sua filha gritando por ajuda. Essa era a nova realidade das duas, não sabiam quando sairiam dali, ou mesmo se iriam sair.

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Desculpa a demora, não tenho tido dias fáceis, mas aqui está mais um capítulo tão aguardado! Votem e comentem!

*capítulo não revisado por pura preguiça*

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