Capítulo 7

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— Oi... — disse Sandra entrando em seu quarto.

— Oi — Cate respondeu

— Como você está?

— com muita dor

— Eu trouxe isso... Posso? — Disse Sandra aproximando-se da cama em que Cate jazia, em sua mão se encontrava uma caixinha de primeiros socorros tamanho médio, branca e com uma cruz cor grená.

— Claro... — Sorriu fraco.

Sandra limpava os ferimentos que continham sangue e em seguida fazia alguns curativos, mas, quando tocou no tornozelo da loira a sua frente sentiu algo estranho que veio acompanhado de um gemido de dor. De imediato, Bullock imaginou que ela tivesse quebrado ou fraturado seu pé, a mesma levantou-se da cama, desceu as escadas de madeira nogueira em seu tom mais escuro, pegou seu celular no móvel do mesmo tom de cores e em seguida discou o número de um amigo medico que não tardou a atender.

Sandra o informou qual era a urgência para que ele viesse com os equipamentos adequados e logo saiu da ligação assim voltando para o quarto em que Cate estava. A mulher de cabelos loiros chorava baixinho, mas não passou despercebida, Bullock sentou-se novamente na cama mas dessa vez Cate a abraçou firmemente. 

— Não deixa ele me machucar de novo — Disse cate em meio a lágrimas.

— Calma meu amor, eu estou aqui agora!

— Você me chamou de...

Sandra segurou o rosto da mulher, colocou uma mecha loira de seus cabelos para trás da orelha, a olhou nos olhos e repetiu "Meu amor". Cate a olhava intensamente, era fácil encontrar perfeição em todas as linhas de expressões que preenchiam o rosto de Sandra, pensou, era fácil perde-se na imensidão de seus belos olhos castanhos, de sua boca da qual estava loca para provar o sabor e só largar quando estivesse totalmente satisfeita, Cate sentia vontade de puxa-la e beija-la, de a abraçar e não soltar, de olha-la até seus olhos cecos fecharem por ceder ao cansaço, ela queria mais que tudo ter Sandra Bullock em seus braços.

Quando finalmente a distancia de seus corpos estava quase cessada e suas respirações descompassadas e audíveis devido a proximidade, quando Cate estava prestes a tomar os lábios da mulher a sua frente e torna-los seus, quando ambas não aguentavam mais apenas se olharem e permanecerem desejando que uma delas tomasse a atitude que mudaria tudo daqui para frente, quando suas bocas estavam quase entrelaçadas a campainha tocara.

Seus corpos afastaram-se abruptamente, ambas sentiram a perda dos toques, Sandra levantou-se com a cabeça abaixada devido a vergonha que sentia, já Cate tinha uma expressão assustada mas logo um sorriso tomou conta de toda a tensão que sentia, ela pensava no que poderia ter acontecido, se elas realmente se beijariam, se ficariam só nos beijos ou... Seus pensamentos foram interrompidos com a chegada de Sandra acompanhada de um homem que trajava um jaleco branco com seu nome cravado na cor preta na parte superior de sua roupa, John Starkey, esse era seu nome.

—Cate, esse é John Starkey meu medico pessoal. — Ambos cumprimentaram-se com uma breve aperto de mãos. — Ele irá cuidar do seu pé.

— E o que tem de errado com meu pé?

— Sandra me ligou pedindo pela minha ajuda, ela acha que seu pé está ou quebrado ou fraturado, você não precisa se preocupar... Então... Posso examina-lo?

Cate assentiu com uma maneio de cabeça e o medico aproximou-se e tocou seu pé o examinando, o homem tirou um raio x com seu aparelho portátil e assim pode ver uma fratura bem visível. A fratura ocorreu no maléolo lateral, que é a extremidade do osso menor da parte inferior da perna (fíbula).

— Bom, de fato houve uma fratura mas não é nada grave, irei apenas engessar seu tornozelo e dentro de algumas semanas você estará ótima!

— Semanas? Eu não posso ficar com isso durante algumas semanas, eu tenho um filme para gravar!

— Cate calma, eu vou falar com a produção, sem dúvidas vão entender que você precisa dessa pausa!

Cate assentiu e voltou a olhar para o trabalho do doutor, já Bullock não parou de olhar para seu rosto, ela estava com tanto medo. Dês do momento em que encontrou-se pessoalmente com Cate ela soube que um sentimento habitava seu coração, dês da primeira troca de olhares, das primeiras palavras, do primeiro flerte...

— Então... John Starkey, gostei do seu nome. — Cate tentava criar algum tipo de conversa e acabar com o clima estranho que permanecia no ambiente.

— E por que exatamente? — Perguntou com um sorriso nos lábios.

— Lembra-me o nome de dois músicos integrantes da minha banda favorita.

— John Lennon e Ringo Starr, dos Beatles?

— Eles mesmos, algo relacionado?

— Minha mãe sempre foi louca por eles, tenho um irmão que chama-se Paul Harrison.

Cate assentiu e sorriu, logo o silêncio se fez presente novamente, algumas vezes os olhares das duas mulheres encontravam-se mas logo eram disfarçados, pelo menos por Sandra. Alguns minutos depois o trabalho do doutor Starkey estava finalmente finalizado, após prescrever algumas medicações e cuidados que Cate deveria tomar, ele estava pronto para ir embora, mas antes ele foi até Sandra e pegou em sua cintura.

— Mas e então... Quando iremos repetir aquela noite? — O homem pronunciou-se com um sorriso que julgava ser sensual, enquanto olhavas nos olhos de Sandra que estava visivelmente desconfortável.

— Jonny, não é o momento para se falar disso.

—Então posso te ligar amanha?

— S-Sim — Disse e virou seu rosto para Cate que a olhou furiosa.

— Pois bem, já vou indo, tchau senhora Blanchett!

Sandra o acompanhou até a porta da casa enquanto Cate continuava deitada, mas agora com um sentimento diferente do que estava anteriormente, estava com um misto de tristeza e raiva, sentia-se estupida por achar que Sandra queria realmente beija-la, por achar que a mulher pudesse estar de alguma forma atraída por ela.

— Cate...

— O que?

— Tudo bem?

— Sim! — Respondeu ríspida.

— Cate eu posso...

— Sandra você poderia me deixar um pouco sozinha?

— Por favor, deixe-me expli...

— Sandra! só me deixe sozinha ok?! — Pediu um tanto alterada

Sandra saiu do quarto deixando a outra mulher para trás e foi até seu escritório, pegou um copo de vidro e o encheu de um de seus whisky favoritos o Royal Salute Menagerie 20 anos, ela virou todo o conteúdo do copo e novamente o encheu, dessa vez tomou apenas um gole e sentou-se em sua poltrona e tentou descansar um pouco.




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