Agora eu dominava de vez o quarto de Maxuel, todas as minhas coisas do outro quarto estavam lá, os meus produtos de beleza comprados por ele estavam em seu banheiro, dividindo espaço com as coisas do meu marido. Ele queria mudar a forma que nos chamaríamos em público, queria que o chamasse pelo menos de "querido", mas eu não estava conseguindo me acostumar com o apelido carinhoso. Era difícil até chamá-lo pelo primeiro nome, mesmo compartilhando a cama, a casa, estando ao lado dele em todas as refeições... Não dava, eu não escolhi por isso, provavelmente esse era o motivo da minha negação e dificuldade em me acostumar com aquele homem.
Os seus empregados também me chamavam de senhora, com respeito, me perguntavam o que eu queria para o almoço, para o jantar, me perguntavam sobre coisas da casa, coisas que eu nem conhecia. Maxuel deu a ordem de aceitarem qualquer opinião que viesse de mim, como a esposa do dono da casa, ele só dificultou as coisas pra mim, que nunca sabia bem o que responder. Pelo menos eu tinha a sala do cinema, que eu usava para ler, o sofá reclinável de lá era muito confortável. Maxuel também me comprou livros novos, alguns que eu descartei, eram livros mais da atualidade e eu preferia clássicos antigos e mais inocentes. Pelo menos ele tinha se esforçado, ou feito alguém se esforçar, já que Maxuel estava sempre mandando alguém fazer as coisas por ele.
Dois dias depois daquele beijo, Maxuel chegava da rua e se aproximava de mim para tocar meus lábios com o dele, dizia que era para eu me acostumar, mas só me deixava mais nervosa toda vez que o fazia. E agora tinha chegado o dia do evento, Maxuel me chamou logo depois do almoço para recebermos sua irmã na sala. Ela chegou com um homen e uma mulher, eles carregavam várias malas, pensei que pudesse ser da família deles, mas as pessoas só ficaram paradas como se esperassem a próxima ordem. Esmeralda veio primeiro até a mim, a beleza dela me deixava de queixo caído, com certeza não existia mulher mais bonita do que ela.
— Cunhada! Você está muito diferente — ela me olhou de cima a baixo antes de me abraçar, eu a abracei de volta e comecei a tossir por causa de seu perfume doce e forte.
— Você não muda, não é? Ainda bem que te amo — Maxuel disse ao se aproximar e abraçar a irmã. Eu acho que meus olhos estavam arregalados, podia um irmão amar o outro? Era qual tipo de amor? Fucei minha mente em busca do livro que li que falava sobre os tipos de amores, mas nada veio a cabeça.
— Também te amo, irmãozinho — ela riu e se afastou dele, voltando-se para mim novamente. — Está pronta para começar a mudança? Vamos demorar. — ela virou e chamou as duas pessoas que estavam junto dela, depois começou a sair da sala. Imaginei que fosse para eu segui-la também, então comecei a ir atrás deles.
— Meu amor, espere — Maxuel me chamou e segurou minha mão. Me voltei para ele com as sobrancelhas erguidas por não saber o que ele queria. O homem simplesmente se aproximou e encostou os lábios nos meus, demorou apenas alguns segundos, mas foi o suficiente para me abalar. Ainda mais por ser a primeira vez que ele me chamava assim.
— Eu po-posso ir? — eu gaguejei, falando tão baixo que nem sei se ele ouviu. Maxuel apenas sorriu e assentiu.
Quase corri atrás da irmã dele e das duas pessoas que estavam juntas, entrei no quarto de hóspedes junto com eles e logo a mulher abriu uma mala cheia de algo que aprendi ser maquiagem e joias, e o homem abriu duas cheias de vestidos lindos de festas. Abri a boca maravilhada enquanto ele colocava os vestidos em cima da cama. Vi Esmeralda ir até o armário e abrir as portas, estavam vazios.
— Não era nesse quarto que você dormia? — ela perguntou, olhando pra mim.
— Não, era o do lado, mas... Agora minhas coisas estão no quarto de Maxuel — respondi, hesitando e ficando vermelha, com certeza.
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CASTIDADE [DEGUSTAÇÃO]
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