CAPÍTULO 6

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Eu segui Esmeralda até o outro lado do salão enorme, olhava tudo enquanto andava naquele salto alto com medo de cair, as pessoas sorriam pra gente, ou só conversavam entre si. Eu não sabia o que esperar das amigas de Esmeralda, esperava que fossem boas como ela, talvez até quisessem ser minhas amigas também.

— Oi, voltei. — Esmeralda parou em uma mesa que tinha três mulheres lindas e esbeltas também, uma morena, uma loira e uma ruiva de cabelos curtos. — Como eu disse, essa é a minha cunhada, Lucinda. Eu disse que ela era linda.

— Achei que você estava brincando, perdi mesmo as chances com seu irmão — a ruiva me olhou e desviou novamente, bebendo seu champanhe.

— Oi, sou Saluna — a loira disse, acenando, e eu lhe dei um sorriso tímido também, então ela apontou para a morena e a ruiva em seguida. — Essas são Natasha e Natiele, elas são irmãs. Natiele é falsa ruiva.

— Ah, obrigada por levantar sempre a minha autoestima,  amiga — a ruiva se levantou e pediu licença antes de sair com com bolsa.

— Não liga pra ela, queria estar em uma balada, seu habitate. Ela está entediada — Esmeralda deu de ombros e me puxou para se sentar ao seu lado.

— Aposto 20 reais que ela foi até Maxuel — Saluna abriu a bolsa e colocou a nota em cima da mesa. Fiquei boquiaberta, ela estava mesmo fazendo isso e falando sobre meu marido na minha frente?

— Apostou alto, vamos apostar 10 reais — a morena tirou a nota da bolsa e colocou em cima da mesa.

— Meninas, não me fazem passar vergonha, a esposa dele está aqui, mais respeito! — Esmeralda parecia estar mesmo brigando com elas e me olhou de lado, envergonhada. As meninas sorriram de lado também e recolheram as notas.

— Desculpa, Luci, né? Posso te chamar assim? — Natasha perguntou.

— Claro, não foi nada — eu fingi um sorriso. Um sentimento forte subia por dentro de mim com uma ânsia de ver se a irmã dela tinha mesmo ido até o meu marido.

Podíamos ser quase estranhos um para o outro ainda, meu casamento foi praticamente arranjado, e isso provavelmente era motivo o suficiente para eu não querer outra mulher com ele, certo?

Certo?

O que foi, Luci? — Esmeralda me chamou e eu pisquei, voltando a me concentrar na mesa.

— Hum, nada. Será que Maxuel não está me procurando? — eu olhei para ela com ansiedade, querendo que ela me levasse até ele. Talvez deveria ter chamado ele de "marido", mas nem lembrei.

— Hmm, acho que alguém ficou com ciúmes — Saluna riu e bebeu champanhe, me olhando por cima da taça.

— Vamos, cunhada, atrás do seu homem — Esmeralda também sorria e se levantou, me esperando despedir de suas amigas para então segui-la por todo aquele caminho de volta, com pessoas por todo o salão andando, dançando e bebendo.

De longe, conseguimos avistar Maxuel, ele estava dançando com Natasha, eles se olhavam e conversavam enquanto rodopiavam pelo pequeno espaço. Uma mão dele estava em suas costas e a outra segurava sua mão, ela sorria com os dentes brancos enfileirados retinhos. Eu estava parada no meio do salão, sentindo um monte de coisas no meu interior; raiva, ciúmes... Coisas que eu não entendia. O que eu tinha que fazer agora? Deixar ele ver que o vi com outra mulher? Não conseguia ir até lá, ia ser muito constrangedor, e pelo visto eles já se conheciam.

— Vai lá, cunhado, diga que é a sua vez — Esmeralda parecia tranquila, apontando com a cabeça para eu seguir em frente. Só que infelizmente, meus pés não conseguiam se mover, Esmeralda começou a franzir o cenho pra mim.

CASTIDADE [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora