CAPÍTULO 1

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ATENÇÃO: OBRA NÃO REVISADO, PORTANTO, CONTÉM MUITOS ERROS DE DIGITAÇÃO, SINTO MUITO! A RETIRADA SERÁ DIA 31/12/2023 (ÚLTIMA DIA DO ANO) PARA A DEVIDA REVISÃO E PARA SER COLOCADA NA AMAZON). OBRIGADA PELA COMPREENSÃO!!

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Ainda que ninguém pudesse imaginar, ou até mesmo acreditar, eu nunca tinha saído de casa até completar os meus 19 anos. E mais uma vez, apesar de ninguém acreditar, isso para mim não fazia nenhuma diferença. Eu estudava em casa, me alimentava bem, brincava com minhas bonecas, tinha uma família; um pai e uma mãe. O que mais alguém poderia querer?

Eu não sentia falta de nada, pois não conhecia nada, tudo o que eu sabia, eram através dos livros que eu ganhava dos meus pais de presente, daquelas histórias clássicas da literatura infantil. Ou até mesmo dos livros didáticos, por onde eu estudei a minha vida inteira até bem pouco tempo atrás.

Meu pai era muito conservador, ele me dizia que o mundo era perigoso demais, minha mãe não concordava que eu não fosse na rua nunca, mas ela jamais ganhava alguma discussão com papai. Eu me sentia no meio entre a decisão dos dois de me manter em casa, eu não via mal em não ir pra rua, não parecia que lá fora teria algo de tão bom assim.

E tudo que eu queria, eu tinha em casa, mamãe fazia muitas comidas gostosas, as vezes líamos juntas e esse era o nosso programa favorito. Apesar de papai ter proibido, minha mãe já tinha me deixado assistir televisão, mas eu não me interessei, haviam programas que só passavam tragédias, como filme de terror, além de coisas chatas e banais que não pareciam ser verdadeiras, como aquele programa que chamavam de "novela".

Minha mãe não insistiu que eu assistisse, ela também não assistia muito, só queria me mostrar que existiam coisas diferente das que eu já conhecia ou lia. Eu sabia de muitas coisas pelos livros que lia, sobre física, matemática, biologia... Sabia como os bebês eram feitos, mas não tinha interesse nenhum em fazer, pois imaginava que não seria algo bom. Minha mãe não falava desses assuntos comigo, sempre me explicava que eu não tinha idade pra saber, e se ela tinha dito isso, eu acreditava piamente em suas palavras.

Meus aniversários também eram comemorados em casa, com nós três, quando papai não estava no quartel, ele era militar há muitos anos.

Meu pai não gostava que ninguém viesse nos visitar sem a sua presença, então nossos parentes raramente apareciam, eu podia contar nos dedos quantas vezes tinha visto minhas tias, tios e meus primos. E quando vinham, eu odiava, todos eram tensos demais, os mais velhos eram chatos e as crianças barulhentas, eu ficava no meu quarto mais tempo do que fora quando eles estavam lá.

Uma vez, tinha ouvido a conversa de uma tia minha com minha mãe, sobre eu não ter um namorado, lembro que minha mãe ficou vermelha e começou a falar de outros assuntos. A palavra "namorado" era um pouco estranha para mim, mas eu sabia que tinha a ver com marido, que era a pessoa que nós mulheres nos casavamos para ter família e viver a vida juntos. Longe da casa dos pais... Esse com certeza ia ser um problema, pois eu não conhecia outro lugar que não fosse a casa dos meus pais...

E foi então que tudo na minha vida mudou quando eu completei 19 anos, meu pai me chamou pra conversar logo após comermos o meu bolo, sem a presença da minha mãe. Ele começou a dizer que havia um mundo lá fora e que eu precisava conhecê-lo, mas não sozinha, estando casada, e por isso ele tinha conhecido alguém que estava interessado em me conhecer. Lembro que eu fiquei chocada, era tanta informação que eu me senti enjoada, passando mal.

Eu não queria conhecer pretendente nenhum, não sabia nem o que fazer, como eu ia me portar com alguém que nunca tinha visto? Como ia viver com alguém que não fosse meus pais? Muitas coisas me rondavam a cabeça, e mesmo eu querendo recusar, tentando dizer a minha vontade, meu pai quis que eu jantasse com o pretendente para conhecê-lo.

CASTIDADE [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora