Capítulo 18 | Ivan

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Londres, Reino Unido, 31 de dezembro de 2011, Véspera de Ano novo.

12:29PM

Acordei com a claridade insuportável batendo no meu rosto, senti algo pesado em cima do meu braço, virei meu rosto e dei de cara com uma loira deitada ali.

- Puta que pariu - xinguei baixinho para não acorda-la, e só então me dei conta de que esse não era o meu quarto. A julgar pela decoração rosa e minimalista, esse era o quarto dela.

Tirei seu corpo de cima do meu braço com cuidado, me levantando assim que consegui. Comecei a juntar minhas roupas e vesti-las, mas não antes de perceber que minha blusa estava cheia de sangue, então preferi não vesti-la.

- Já vai embora sem nem se despedir? - Ouvi a voz melosa e sonolenta dela. Revirei meus olhos sutilmente, abrindo um fraco sorriso em mostrar os dentes.

- Você sabe quem eu sou, e como eu sou, nada de despedidas, apenas fodas. - Disse secamente. Por que mulheres tem tanta ânsia pros caras ficarem de manhã?

- Você é mesmo um babaca, Ivan Martinez. - Ela disse enquanto sentava na cama e acendia um cigarro. Porra, como eu odiava aquele cheiro.

- Obrigada, Laila, e você vai acabar se matando se continuar fumando. - Sai do quarto dela mas não antes de escutar um "É Sabrina.". Eu nem ao menos sabia o nome dela.

Fui pra casa o mais rápido que eu consegui, para claramente chegar lá e encontrar meu pai reunido com alguns amigos na sala.

- Olha quem chegou, meu grande filho. - O teatro cansativo de sempre. - Onde estava, amigão?

- Por aí. - Disse dando um aceno de cabeça aos amigos dele, enquanto eu andava em passos largos para o andar de cima.

Quase chegando no meu quarto, Jade estava saindo do quarto dela, e seus olhos verdes se arregalaram ao meu ver.

- Onde você estava? Você sumiu desde ontem, te mandei quinhentas mensagens. - Ela disse tudo tão rapidamente que nem ao menos deu tempo de raciocinar.

- Eu fui a uma festa, desculpa, meu celular descarregou.

- Eu senti sua falta. - Ela veio para me abraçar, mas segurei seus braços antes que ela pudesse fazer.

- Eu tô sujo, você sabe que eu não gosto que encoste em mim quando eu estou assim. - Jade para mim era um fodido anjo, eu não podia sujar ela com toda a imundice de fora. - Vou tomar um banho, depois passo no seu quarto.

- Tudo bem. - Ela disse meio pra baixo, eu sabia que estava chateada, mas preferi entrar para dentro do meu quarto, me livrar de toda a sujeira.

Uma hora e meia depois, eu estava de banho tomado e roupas limpas. Saí do meu quarto indo direto para o quarto da Jade, mas antes mesmo de abrir a porta, pude escutar risadas vindo de dentro do mesmo. Respirei fundo enquanto abri a porta rapidamente.

- Oi ursinhooo. - Jade disse arrastadamente, franzi a testa, sentindo o leve cheiro de álcool nela.

- Você bebeu? - Perguntei calmamente quando ela se confortou em meus braços.

- Só um pouquinho. - Ela demonstrou com o dedo polegar e o indicador, mas quando meus olhos bateram na garrafa vazia escrita "Boërl & Kroff Brut Rose" eu soube que ela tinha bebido uma garrafa inteira de espumante.

- Onde achou isso?

- Hm, você sabe, mamãe ama espumantes caros, ela trouxe tantos, eu gostei tanto desse. - Ela diz tudo rápido.

- A gente precisa te deixar sóbria antes da noite, Jade. Se sua mãe ou qualquer outra pessoa te encontrar assim irão te matar.

- Foda-se eles. - Ela soltou, levando a mão a boca rapidamente. - Eu xinguei, ursinho.

- É princesa, você xingou. - Levei ela até sua cama, abrindo o mini frigobar, tirando de lá uma água e abrindo. - Bebe. - Ela balançou a cabeça insistivamente que não. Ok, ela não iria cooperar por bem. - Se você não beber essa água por boa vontade, eu vou abrir a porra da sua boca e te obrigar a beber.

Eu odiava ser assim com ela, mas se eu não fosse, ela não iria beber, e continuaria bêbada.

Mesmo emburrada, ela pegou a água e começou a beber. Alguns poucos minutos depois ela já tinha terminado, peguei a garrafinha e deixei em cima do mini frigobar. 

- Vem. - Deitei na cama, deixando que ela deitasse no meu peito, ela iria dormir e acordar melhor.

- Sabia que eu te amo? - Jade perguntou, e eu apenas respondi um "eu também" de volta. - Não Ivan, eu te amo. Eu te amo desde que temos cinco anos, mas você sempre teve outras melhores, supermodelos, bonitas, magras, loiras. Você nunca olhou para mim.

Não era verdade, eu sempre olhei para a Jade, nenhuma mulher do mundo chega aos pés dela, ela é a definição de perfeição. Eu não podia admitir isso a ela, eu precisava que ela se mantesse longe de mim, longe de todo o mal que eu podia causar a ela, longe de todos os meus traumas, e todo o meu lado ruim.

- Ei, você é linda, princesa. - Afaguei seus  cabelo com cuidado.

- Eu queria que. você olhasse para mim. - Ela disse pausadamente.

- Eu olho para você, Jade, mais do que deveria. - Disse baixinho, pois sabia que ela já estava dormindo.

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⏰ Última atualização: Oct 10, 2022 ⏰

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