Capítulo 7 | Jade

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São Paulo, 12 de Dezembro de 2011

Quando o dia anoiteceu, arrumei minha mochila e fui para casa do Ivan. E por incrível que pareça, não era eu quem ia ensinar ele alguma coisa, era ele quem ia me ensinar história, que era a única matéria que eu péssima.

Ivan era bizarramente inteligente, por mais que as pessoas subestimem muito ele, ele tinha milhões de qualidades que todos deveriam conhecer.

Assim que cheguei ao portão da sua casa, rapidamente minha entrada foi liberada. Caminhei pelo enorme jardim de sua casa.

Eu nunca vou conseguir entender porque nossos pais tem tanta ganância a ponto de terem casas que poderiam facilmente acomodar quarenta pessoas, enquanto nossa família tem apenas de quatro a cinco integrantes.

Parei em frente a sua porta, tocando a campainha. Abri um sorriso quando Iara abriu a porta para mim.

- Olá, querida. Entre. - Ela abriu um espaço para mim, e eu adentrei a casa. - Ivan mandou te avisar que está a sua espera no quarto.

- Tudo bem, obrigada. - Caminhei até o elevador, chamando o mesmo. Entrei no elevador e apertei o terceiro andar, onde era o quarto dos meninos e também da Rebeca, irmã deles.

O elevador se abriu lateralmente ao corredor dos quartos, saí do mesmo e caminhei até o quarto do Ivan, abrindo a porta do mesmo.

- Eu ainda não me acostumei como essa casa é grande. - Disse enquanto colocava minha mochila sobre a cama.

- Não entendo porque, desde que eu vim para cá com sete anos, você frequenta minha casa, e a sua casa não fica atrás da minha não. - Me virei para onde a voz do Ivan estava vindo e dei de cara com o mesmo apenas com uma toalha amarrada na cintura. Por alguns segundos, perdi totalmente o meu fôlego.

Meu deus, meu amor de infância estava quase nu bem ali na minha frente. Ivan não era magro, mas também não era bombado, ele era musculoso, na medida certa. Parece que meu cérebro me deu um tapa de realidade, que me fez virar ao contrário dele rapidamente.

- Se nós marcamos um horário, você não tem que ir tomar banho neste horário, você tem que estar pronto, e não de toalha. - Disse brava. Por mais que eu tivesse gostado, ele não pode fazer isso.

- Relaxa, Jade, só tomei banho agora porque fiz o favor de queimar meus lençóis. - A preocupação foi mais forte que meus instintos, que me diziam para ficar longe dele enquanto estava de toalha.

Me virei para ele, parando a sua frente e levando minhas mãos ao seu rosto. As pequenas gostas de água que caiam de seu cabelo, evaporavam rapidamente em seu rosto.

- Está queimando, Ivan. - Soltei um pequeno e baixo grito, e tive que tirar minhas mãos do seu rosto, eu estava literalmente me queimando. Olhei para as mesmas, vendo que tinha dado uma queimadura leve. - Desde quando está assim?

- Desde ontem. - Ivan caminhou até seu closet, quando voltou, já estava vestido. Foi até o banheiro e voltou com a caixinha de primeiros socorros - Não pode tocar em mim enquanto eu estiver assim. - Ele se sentou no chão e bateu a sua frente. Me sentei, e estiquei minhas mãos, para que ele pudesse cuidar delas.

- Precisa falar isso para seu pai, Ivan. Ele vai saber o que fazer. - Droga, eu me preocupava tanto com esse garoto.

- Meu pai só se importa com ele mesmo, Jade. Emílio está passando pela mesma coisa, tentou falar com ele e a única resposta que recebeu foi um "Não tenho tempo agora, mais tarde nos falamos". - Ivan revirou aqueles lindos e grandes olhos azuis. Eles eram encantadores.

- Por quê não me avisou? Poderia ter me mandado mensagem ou algo do tipo.

- Se eu pegasse meu celular ele iria explodir em minha mão, então não, eu não podia te mandar mensagem. - Ele acabou os curativos das minhas mãos e puxou as mesmas, deixando um beijo em cada uma. - Fica tranquila, tá bom? Eu estou bem, meu anjo.

- Tudo bem, eu vou acreditar em você, ok?

- Pode acreditar. - Abri um sorriso na mesma hora que ele.

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